Segundo
diretor-geral da FAO, órgão de agricultura da ONU, estiagem pode elevar preços
A oferta de
alimentos no Brasil poderá cair com a crise hídrica, na opinião de José
Graziano da Silva, diretor-geral da agência da ONU para agricultura e segurança
alimentar (FAO). Em entrevista à BBC, ele explicou que o país passa por uma
"quebra enorme" da safra de todos os produtos e que a estiagem deve
resultar em preços mais altos nas prateleiras nos próximos meses.
"Estamos
tendo uma quebra enorme da safra de todos os produtos. Até mesmo da cana de
açúcar, que é bastante insensível ao regime de chuvas. Isso vai resultar em
aumento de preços", disse na última cúpula da Comunidade dos Estados
Latino-americanos e Caribenhos (Celac), na Costa Rica, na semana passada.
Silva
acredita que a estiagem pode elevar os preços dos alimentos de forma
substancial. "Há uma irregularidade da produção. Situações de seca, que
antes se repetiam a cada cem anos, agora ocorrem a cada 20 anos."
Para ele, há
duas frentes a se trabalhar: promover estoques em áreas que o país ainda não
tem e utilizar culturas mais produtivas, que resistam melhor a secas. "O
Brasil tem alguns estoques bons, como o de milho, fruto da boa colheita do ano
passado, mas não tem em outras áreas. Precisa até importar trigo", disse.
Para ele, o
Brasil terá de ampliar seus estoques de alimentos e privilegiar culturas mais
resistentes a secas, já que o calor e a falta de chuvas estão cada vez mais
frequentes por causa das mudanças climáticas. Ele ressaltou que os efeitos do
El Niño (superaquecimento das águas do Pacífico que esquenta a atmosfera) foram
muito maiores que o esperado. "Estiagem prolongada prejudica a agricultura
e expõe deficiência no planejamento de grandes cidades do Sudeste",
destacou.
Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/economia/crise-da-agua-pode-prejudicar-oferta-de-alimentos-no-brasil
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