Atividades
da universidade deveriam ter início nesta quinta-feira (19).
Centenas de
estudantes participaram de uma aula magna na UEL.
As aulas da
Universidade Estadual de Londrina (UEL), no norte do Paraná, não começaram
nesta quinta-feira (19), como estava previsto no calendário acadêmico. Os
alunos que compareceram à instituição foram recepcionados pelos servidores que
estão em greve. Cerca de 17 mil alunos são prejudicados com a paralisação. Não
há previsão de quando o ano letivo deve começar.
Os
estudantes assisitiram a uma aula magna no anfiteatro de Ciências Biológicas da
universidade. Dois ex-professores da UEL, veteranos em mobilizações
universitárias, falaram aos alunos sobre a luta pela democracia e pela
educação.
Professores,
servidores e alunos mostraram preocupação com o corte de verbas de custeio, que
podem comprometer atividades em toda a universidade. “É muito difícil, porque essa verba de custeio paga os serviços
terceirizados, como a compra de materiais de limpeza, de escritório, paga-se
luz e água. Todas as compras da universidade são feitas com essa verba de
custeio. Os fornecedores não têm a menor disposição de entrar em licitações
sabendo que não há como receber”, diz a professora Vanerli Beloti.
Os alunos
demonstraram apoio à greve dos professores e funcionários. O Diretório Central
dos Estudantes (DCE) da UEL deve votar nos próximos dias a proposta para os
alunos também entrarem em greve. “A gente também
luta para que esse ‘pacotaço’ não aconteça, porque futuramente vai interferir
nas nossas vidas. Futuramente, quero ser professor da universidade, e isso vai
interferir na minha carreira, na minha vida. Nós não podemos deixar que
aconteçam mais cortes, porque a universidade já está sucateada”, opina o
estudante Watson Alexandrino.
Greve
continua
Em
assembleia realizada nesta quinta-feira, os servidores técnico-administrativos
da UEL decidiram manter a greve, que teve início no dia 10 de fevereiro.
Segundo o Sindicato dos Servidores Públicos Técnico-Administrativos da UEL
(Assuel Sindicato), o objetivo é pressionar o governo estadual a desistir do
pacote de medidas do governo que corta direitos dos servidores públicos do Paraná.
O sindicato
afirma ainda que o corte de verbas da
universidade vai atingir também a comunidade externa. “Com o corte de custeio,
não haverá medicação para aplicar nos pacientes, não vai ter soro e vai faltar
até sabão para dar banho nos pacientes. A comunidade como um todo vai sofrer
com os cortes que o governo vem aplicando. As medidas não atingem apenas os
servidores, mas também a todo usuário da universidade e do Hospital
Universitário”, diz o diretor da Assuel Sindicato, Adão Brasilino.
Já os professores
da UEL realizam uma assembleia na tarde desta quinta-feira para avaliar o
movimento de greve. Os docentes deflagraram greve no dia 12 de fevereiro.
Segundo o
Sindicato dos Professores do Ensino Superior Público Estadual de Londrina e
Região (Sindiprol/Aduel), a greve é em protesto contra o governador Beto Richa
(PSDB) e o pacote de medidas do governo que corta direitos dos servidores
públicos do Paraná, além de atingir a autonomia das universidades.
Secretário
acompanha a situação
De acordo
com a assessoria da Secretaria Estadual da Ciência, Tecnologia e Ensino
Superior (Seti), o secretário João Carlos Gomes está acompanhando a situação
das universidades e buscando formas de solucionar os problemas. O secretário já
realizou reuniões com representantes sindicais e reitores das universidades, e
deve se reunir também com os secretários estaduais da Casa Civil e da Fazenda.
Sobre o
corte de verbas de custeio, a Seti admite que houve um corte no repasse feito
no final de 2014, e que o secretário busca regularizar o pagamento, para que as
universidades tenham um funcionamento normal.
Governador
faz reunião com professores estaduais
Na tarde
desta quinta-feira, uma reunião entre o Governo do Paraná e representantes do
Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato) vai
negociar a greve da categoria, que completa dez dias. Entre as exigências para
o fim da greve, estão o pagamento de benefícios atrasados e a reabertura dos
turnos fechados no fim de 2014.
Fonte:
http://g1.globo.com/pr/norte-noroeste/noticia/2015/02/alunos-da-uel-sao-recepcionados-por-servidores-em-greve.html
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