Alunos dos cursos de Direito e Administração com os professores Márcio e Clovis Renato |
Os
aspectos marcantes da vida, da obra e dos enfrentamentos em defesa dos direitos
das pessoas por Dom Helder Câmara nortearam os debates que se seguiram à
exibição do Cineclube Gazeta, da quarta-feira (21/maio), no Centro
Universitário Christus (Unichristus), coordenado pelo Professor Márcio Acselrad,
com apresentação e debates propostos por Clovis Renato Costa Farias (Advogado e
Professor Orientador do EDH/Unichristus).
Cineclube
Gazeta que, desde sua criação, visa unir o gosto comum pelo cinema ao debate
social dos mais diversos assuntos e segmentos, de modo que permite que grupos
de pessoas se reúnam para compartilhar interpretações diferentes acerca de uma
mesma obra, como destacado pela Coordenação. Ocorre com a participação de alunos
e professores de todos os cursos do Centro Universitário, além de público
externo. A cada sessão, conforme página da instituição, professores,
pesquisadores ou especialistas na temática do filme são convidados para
enriquecer o debate, com encontros acontecendo todas as quartas-feiras, de 14h
às 17h, no Auditório III (1º. andar), Campus Dom Luis.
Trailer do documentário
Nesta
quarta, foi a vez do documentário sobre Dom Hélder Câmara, arcebispo emérito de
Olinda e Recife, falecido em 1999, quando foi enfatizada a participação do
sacerdote como figura central da ala progressista da Igreja Católica a partir
dos anos 1950, sendo um dos idealizadores da Conferência Nacional de Bispos do
Brasil (CNBB) e do Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM), bem como
robusto ativista na promoção dos direitos dos mais necessitados, que lhe rendeu
fortes perseguições no período da ditadura militar no Brasil.
Hélder
Pessoa Câmara OFS nasceu em Fortaleza, dia 07 de fevereiro de 1909 e faleceu em
Recife no dia 27 de agosto de 1999. Foi um bispo católico, arcebispo emérito de
Olinda e Recife por diversos anos.
Nos termos
apresentados pela obra, pregava uma Igreja simples, voltada para os pobres e a centrada
na não-violência, para tanto, recebeu diversos prêmios nacionais e
internacionais, bem como, conforme apresentado, foi o único brasileiro indicado
quatro vezes para o Prêmio Nobel da Paz.
Dentre
seus vários títulos, foi reconhecido doutor honoris causa pela Universidade de
Saint Louis, Estados Unidos, o que se repetiu em outros países, tais como, Bélgica,
Suíça, Alemanha, Países Baixos, Itália, Canadá e Estados Unidos, alcançando um
total de trinta e dois títulos. Ademais, foi intitulado Cidadão Honorário de 28
cidades brasileiras e da cidade de São Nicolau na Suíça e Rocamadour, na
França.
Recebeu o
Prêmio Martin Luther King, nos Estados Unidos e o Prêmio Popular da Paz, na
Noruega e diversos outros prêmios internacionais. Foi indicado quatro vezes
para o Prêmio Nobel da Paz. Em 1970, o então presidente da República Emílio
Garrastazu Médici instruiu pessoalmente o embaixador brasileiro na Noruega para
tentar impedir que este prêmio lhe fosse concedido.
Dentre as
histórias que revelam o modo contra hegemônico de agir de Dom Helder, utilizando
os meios hegemônicos, o personagem histórico narra pessoalmente a história ‘Irmão
de sangue’, como recontado em outras fontes:
Certo dia, Dom Helder
enviou um homem pobre, desempregado e maltrapilho, a um pequeno empresário
amigo, pedindo que o contratasse, apresentando-o como seu irmão de sangue.
Diante de sua incredulidade e estupefação, o Dom responde:– Desculpe meu amigo,
mas João é verdadeiramente meu irmão…– Mas o senhor disse: irmão de sangue…–
Sim, ele é verdadeiramente meu irmão de sangue. Pois Cristo deu o seu sangue
por ele como por mim, por você e por todos os homens. Nós somos todos
verdadeiramente irmãos de sangue, pelo sangue do Senhor…[i]
‘Dom
Helder Câmara - O santo rebelde’ foi escrito e dirigido por Erika Bauer, teve
como assistente de direção Cássio Pereira, elenco Pedro Domingues, narração de
Murilo Grossi, com duração de 72 min e 58 seg, apresentado ao público em 2004
em Brasília.
Clovis
Renato apresentou os questionamentos com base em obras de Leonardo Boff,
Boaventura de Sousa Santos, Elen Wood e com nuances a respeito de críticas que
devem ser feitas ao sistema capitalista, suas contradições e o papel do povo no
Estado Democrático de Direito, o que deve ser mais relevado ao se observar o
Novo Constitucionalismo Latino Americano, marcado pelas Constituições da
Bolívia e do Equador.
Clovis Renato Costa
Farias
Doutorando em Direito pela Universidade Federal
do Ceará (UFC)
Bolsista da CAPES
Membro do GRUPE e da ATRACE
Advogado e Professor Universitário
Vice Presidente da Comissão de Direito Sindical
da OAB/CE
Páginas:
Vida, Arte e Direito (vidaarteedireito.blogspot.com)
Periódico Atividade
(vidaarteedireitonoticias.blogspot.com)
Canal Vida, Arte e Direito
(www.youtube.com/user/3mestress)
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