Jornal A Nova Democracia — No dia de hoje (15/03), a greve do
COMPERJ (Petrobras) completa 40 dias. São 22 mil operários que se negam a
continuar trabalhando na construção faraônica do maior Complexo Petroquímico da
América Latina, no município de Itaboraí, a apenas 70 quilômetros da capital.
Os trabalhadores exigem um aumento de 15% no piso salarial, vale-alimentação no
valor de 500 reais, permissão para visitar a família fora do estado a cada 60
dias, condições minimamente salubres e seguras de trabalho, entre outras
exigências.
A última assembleia da categoria foi marcada por intensos
confrontos entre os trabalhadores, pistoleiros do sindicato e a polícia, que
deixaram várias pessoas feridas, duas delas atingidas por tiros de munição
letal. Segundo os trabalhadores, o sindicato não os representa e até agora só
tem servido ao patrão. Diante da rejeição dos trabalhadores, o Sindicato da
Construção Civil de São Gonçalo e Região — que fatura até 1,5 milhão de reais
por ano — começou a apelar à pistolagem para seguir dirigindo as assembleias,
de acordo com os operários.
Lideranças dos trabalhadores que não são ligadas ao
sindicato denunciam que dois operários já foram baleados e um deles ainda se
encontra em situação muito delicada. Além disso, todos que compõem a comissão
de greve já sofreram intimidações nas assembleias e estão sendo ameaçados de
morte. Um carro de som alugado pela categoria para fazer frente à desinformação
promovida pelo sindicato nas assembleias foi cercado por dois carros cheios de
homens armados que sequestraram o motorista e seu caminhão e o mantiveram em um
matagal até o final da assembleia.
— Esse pessoal é gente bandida mesmo. Eles pagam para matar
— conta um trabalhador.
Segundo os operários, esses capangas a serviço do sindicato
são pagos periodicamente e a maioria deles é da polícia militar. Mas não é só
assim que a PM intervém na greve do COMPERJ. Nas últimas assembleias foram
intensos os confrontos entre policiais e trabalhadores. De um lado, as massas
fazendo barricadas e atirando pedras e, de outro, a PM disparando bombas de gás
e efeito moral e tiros de bala de borracha.
Quando esteve no local, a equipe de AND juntamente com o
midiativista Filipe Paçanha, da Mídia Ninja, foi intimidada por seguranças
armados a mando da Petrobras — grande patrocinadora da pistolagem na greve do
COMPERJ e a grande moeda de barganha do gerenciamento Dilma frente ao
imperialismo. Os homens proibiram-nos de filmar e fotografar e ainda queriam
que as câmeras fossem guardadas dentro do carro. Na segunda-feira os trabalhadores
realizarão nova assembleia às 7h da manhã e pedem o apoio de todos os
verdadeiros lutadores do povo.
O Jornal A Nova Democracia aproveita para saudar a corajosa
luta dos trabalhadores que estão construindo o Comperj e — assim como aconteceu
na campanha dos Garis — a cada dia dão uma nova prova de determinação e embate
aos desmandos dos patrões e do gerenciamento Dilma, à pistolagem do sindicato
pelego, e à violência da polícia militar de Cabral, Pezão e Beltrame. Como
cantam os jovens combatentes pelas ruas do país: "Ousar lutar, ousar
vencer! Ir ao combate sem temer!".
NOVO ATO DOMINGO, DIA 17 DE MARÇO, ÀS 7H NO COMPERJ -
Rodovia Presidente João Goulart (RJ-116), no primeiro viaduto a esquerda.
Acesso pela BR-101
Fonte: Jornal A Nova Democracia
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