23/02/2014 HOJE PELA MANHÃ FOI REALIZADA UMA REUNIÃO DOS MORADORES DA COMUNIDADE ALTO DA PAZ PARA DEBATER A ATUAL SITUAÇÃO DAS FAMÍLIAS E PLANEJAR AÇÕES PÓS-DESPEJO.
Cerca de 60 pessoas compareceram na manhã de hoje (23/2) ao Centro Comunitário Santo Expedito, na comunidade Raízes da Praia, outra ocupação na orla leste de Fortaleza e que tem prestado apoio às famílias despejadas do Alto da Paz. No local também estão sendo estocadas as doações feitas aos ex-moradores do terreno desocupado pela Polícia Militar na última quinta-feira.
Um dos integrantes da comissão de negociação, Ribamar Pereira, 51, fez um relato da visita à Habitafor (Fundação de Desenvolvimento Habitacional de Fortaleza) na sexta, um dia após a ação policial. Dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil e filiado ao Partido Comunista Brasileiro (PCB), Ribamar informou aos presentes que a Habitador se comprometeu a reabrir o cadastro para incluir as famílias ausentes da lista do órgão. O levantamento da fundação tem 238 famílias, enquanto o cadastro da própria comunidade soma 396.
Foi solicitada também às lideranças da comunidade um relatório sobre a situação das famílias despejadas. O órgão municipal quer saber quem está dormindo na rua, quais famílias foram morar de favor na casa de terceiros e quem conseguiu alugar um imóvel. O objetivo é separar os moradores que realmente precisam dos que estariam utilizando a ocupação para especular financeiramente - o que tem sido o principal argumento da Habitafor para deslegitimar a ocupação do Alto da Paz.
"Toda ocupação sempre tem isso. Nós não defendemos as pessoas que estão lá dentro pra especular ou que estão pra se aproveitar da situação. A gente defende as pessoas que têm necessidade de moradia a todo custo. O que eu tô fazendo aqui é um pente-fino da situação de cada cidadão que foi arrastado da comunidade para apresentar esses documentos amanhã ou no máximo terça-feira [à Habitafor]", disse Ribamar.
De acordo com ele, muitas famílias estão morando na rua e estas requerem atenção urgente. A partir do relatório produzido pela comunidade, a Habitafor se comprometeu a enviar assistentes sociais para encaminhar estas pessoas a abrigos municipais. Apesar da proposta, muitos já rejeitaram a opção pelo fato de que seriam deslocados para longe de seus locais de trabalho na orla.
Quanto às famílias nas outras duas situações, a fundação se comprometeu - segundo o relato dos moradores presentes à reunião de sexta - a enviar agentes para comprovar as condições de coabitação ou ônus excessivo com aluguel, e a partir disso incluí-los nos programas habitacionais do órgão.
Ao final, os moradores discutiram outras estratégias de mobilização afora o processo de negociação em curso.
*** Ainda hoje postaremos depoimentos de moradores despejados e um vídeo com algumas de suas histórias de quinta pra cá. Foi um dia atípico de praia, sol quente e indignação.
*** Em tempo, segue link para a Nota de Esclarecimento de Eliana Gomes, presidente da Habitafor, postada na última sexta-feira, um dia após o despejo: https://www.facebook.com/elianagpcdob?fref=ts (3 fotos)
23/02/2014
ResponderExcluirHOJE PELA MANHÃ FOI REALIZADA UMA REUNIÃO DOS MORADORES DA COMUNIDADE ALTO DA PAZ PARA DEBATER A ATUAL SITUAÇÃO DAS FAMÍLIAS E PLANEJAR AÇÕES PÓS-DESPEJO.
Cerca de 60 pessoas compareceram na manhã de hoje (23/2) ao Centro Comunitário Santo Expedito, na comunidade Raízes da Praia, outra ocupação na orla leste de Fortaleza e que tem prestado apoio às famílias despejadas do Alto da Paz. No local também estão sendo estocadas as doações feitas aos ex-moradores do terreno desocupado pela Polícia Militar na última quinta-feira.
Um dos integrantes da comissão de negociação, Ribamar Pereira, 51, fez um relato da visita à Habitafor (Fundação de Desenvolvimento Habitacional de Fortaleza) na sexta, um dia após a ação policial. Dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil e filiado ao Partido Comunista Brasileiro (PCB), Ribamar informou aos presentes que a Habitador se comprometeu a reabrir o cadastro para incluir as famílias ausentes da lista do órgão. O levantamento da fundação tem 238 famílias, enquanto o cadastro da própria comunidade soma 396.
Foi solicitada também às lideranças da comunidade um relatório sobre a situação das famílias despejadas. O órgão municipal quer saber quem está dormindo na rua, quais famílias foram morar de favor na casa de terceiros e quem conseguiu alugar um imóvel. O objetivo é separar os moradores que realmente precisam dos que estariam utilizando a ocupação para especular financeiramente - o que tem sido o principal argumento da Habitafor para deslegitimar a ocupação do Alto da Paz.
"Toda ocupação sempre tem isso. Nós não defendemos as pessoas que estão lá dentro pra especular ou que estão pra se aproveitar da situação. A gente defende as pessoas que têm necessidade de moradia a todo custo. O que eu tô fazendo aqui é um pente-fino da situação de cada cidadão que foi arrastado da comunidade para apresentar esses documentos amanhã ou no máximo terça-feira [à Habitafor]", disse Ribamar.
De acordo com ele, muitas famílias estão morando na rua e estas requerem atenção urgente. A partir do relatório produzido pela comunidade, a Habitafor se comprometeu a enviar assistentes sociais para encaminhar estas pessoas a abrigos municipais. Apesar da proposta, muitos já rejeitaram a opção pelo fato de que seriam deslocados para longe de seus locais de trabalho na orla.
Quanto às famílias nas outras duas situações, a fundação se comprometeu - segundo o relato dos moradores presentes à reunião de sexta - a enviar agentes para comprovar as condições de coabitação ou ônus excessivo com aluguel, e a partir disso incluí-los nos programas habitacionais do órgão.
Ao final, os moradores discutiram outras estratégias de mobilização afora o processo de negociação em curso.
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Ainda hoje postaremos depoimentos de moradores despejados e um vídeo com algumas de suas histórias de quinta pra cá. Foi um dia atípico de praia, sol quente e indignação.
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Em tempo, segue link para a Nota de Esclarecimento de Eliana Gomes, presidente da Habitafor, postada na última sexta-feira, um dia após o despejo: https://www.facebook.com/elianagpcdob?fref=ts
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