A
Internacional (em francês: L'Internationale)
é um hino internacionalista, sendo também uma das canções mais conhecidas de
todo o mundo.
A letra
original da canção foi escrita em francês em 1871 por Eugène Pottier (1816-1887), que havia sido um dos membros da Comuna de Paris. A intenção de
Pottier era a de que o poema fosse cantado ao ritmo da Marselhesa. Em 1888, Pierre De Geyter (1848–1932)
transformou o poema em música.
A
Internacional ganhou particular
notoriedade entre 1922 e 1944, quando se tornou o Speaker Icon.svg hino da
União Soviética. Desde então, foi traduzida em inúmeros idiomas. A canção é
tradicionalmente cantada com o punho
fechado ao ar. Apesar de estar associada
aos movimentos socialistas, A Internacional também serve de hino para
comunistas, social democratas e anarquistas.
Composição
A
Internacional foi composta em 18 de
Junho de 1888 por Pierre Degeyter, operário anarquista de origem belga
fixado com a sua família na cidade francesa de Lille. Naquele dia fora oferecido a Degeyter um livro de poemas de Eugéne
Pottier, operário francês também anarquista, membro da Comuna de Paris durante a qual foi eleito maire do 2.º Bairro de
Paris. Após o sangrento esmagamento da Comuna, de cuja defesa participou,
Pottier partiu para o exílio durante o qual escreveria diversos poemas, entre
os quais o que viria a constituir a letra de A Internacional.
É fundamentalmente a partir de 1896, após a
realização do congresso do Partido Operário Francês realizado nesse ano em
Lille e durante o qual foi tocado e cantado, que o hino se espalha por toda a
França e pela Europa através dos delegados estrangeiros presentes.
Difusão
d'A Internacional
A
Internacional tornou-se o hino do socialismo internacional revolucionário. Seu
refrão: C'est la lutte finale./Groupons-nous et demain/L'Internationale/Sera le
genre humain, que, traduzindo livremente, significa, "Esta é a luta final./Vamos nos juntar e amanhã/A Internacional/Irá
envolver toda raça humana" (a tradução mais usual costuma ser:Bem
unidos façamos, / Nesta luta final, / Uma terra sem amos /A Internacional). A
Internacional foi traduzido para várias línguas. Tradicionalmente é cantado com
a mão esquerda levantada.
Em muitos países europeus, a canção foi
considerada ilegal no início do século XX por causa de imagem comunista.
A versão em russo serviu como hino da União
Soviética de 1917 a 1941, quando foi trocada pelo Hino nacional da União
Soviética por Stalin e também foi usada como hino do Partido Comunista da União
Soviética. Foi traduzida originalmente por Aron Kots (Arkadiy Yakovlevich
Kots) em 1902 e impressa em Londres na revista de imigrantes Zhizn (Vida). A primeira versão russa consistia em três
versos e o refrão. Mais tarde foi aumentado e algumas palavras foram trocadas.
A
Internacional não é cantada apenas por comunistas mas também por socialistas
(em muitos países) ou social-democratas, e os anarquistas que a mantem na
integra, sem cortes como outras vertentes fazem. Em A Revolução dos Bichos de
George Orwell, a canção recebe uma paródia.
A
Internacional como hino
A
Internacional serve de hino a vários partidos políticos em todo o mundo todo.
Em Portugal, A Internacional é o hino dos partidos Socialista e Comunista, além
da Juventude Socialista.
No Brasil,
é a canção oficial do Partido Comunista do Brasil. Os anarquistas brasileiros
também o adotam. Porém, diferentemente dos comunistas, mantêm a versão original
da tradução de Neno Vasco para o verso
"Messias, deus, chefes supremos", ao invés de "Senhores,
patrões, chefes supremos". O verso
é suprimido na versão do Partido Comunista para evitar conflitos com alas da
Igreja Católica que o apoiam. no Brasil foi gravada pela banda paulista de
punk rock Garotos podres, cujo vocalista é doutor em história e estudioso dos
escritos de Karl Marx.
A
Internacional em Portugal
O autor da
versão portuguesa da sua letra é o anarcossindicalista Neno Vasco que no ano de 1909 traduz do francês para o português este
hino. É contudo claro que ela acompanha de perto o original francês,
reflectindo no seu fraseado a influência
da literatura e poesia ligadas ao anarcossindicalismo, maioritário no movimento
operário português nas primeiras décadas do século passado.
Não se
conhecendo qualquer registo fonográfico português do hino anterior a 1926 e à
sua proibição pelo salazarismo, é de admitir que a primeira gravação seja a
realizada para o LP "Cânticos Revolucionários em Português", gravada
em Lisboa em 1975 pela editora Metro-Som (LP 105), com interpretação de
"elementos dos coros da Fundação Calouste Gulbenkian e do Teatro S. Carlos
e intervenção da Banda Portuguesa, Siegfried Sugg no acordeão e Daniel Louis em
toda a percussão". A direcção musical é de J. Machado e J. Gomes, seguindo
os arranjos muito de perto as versões francesas então mais conhecidas,
nomeadamente as popularizadas pelo Groupe 17.
Por altura
da comemoração do 60.º aniversário do Partido Comunista Português (1981),
integrou-se no programa a produção e gravação de uma versão claramente
portuguesa do que os estatutos do PCP definem como respectivo hino.
Contudo,
na versão do PS, Mário Soares alterou alguns versos, e assim a letra é
diferente entre as versões de A Internacional do PCP e do PS.
A
Internacional no Brasil
Assim como
em Portugal, não há uma data exata da
chegada do hino em terras brasileiras. Contudo, sabe-se que seu canto foi amplamente difundido na grande Greve Geral
promovida por anarcossindicalistas em São Paulo em 1917. É certo, todavia,
que o hino dos trabalhadores aportou em terras tupiniquins junto com
trabalhadores imigrantes portugueses, espanhóis e italianos.
A letra mantém-se muito próxima à versão de
Neno Vasco. Mas mantém versos antimilitaristas ("Verás que nossas balas,
são para os nossos Generais" - o equivalente a Brigadeiro em Portugal).
Isto poderia ser explicado pela participação distinta dos militares portugueses
e brasileiros na política em seus respectivos países. Enquanto no Brasil
tivemos um Golpe de Estado Militar (1964) de caráter reacionário empenhado em
desmobilizar pela repressão toda e qualquer organização popular, conforme
desejava a Operação Condor, em Portugal, ao contrário, os militares fizeram uma
revolução democrática social e pró-trabalhadores (Revolução dos Cravos) em
1974.
No Brasil,
A Internacional foi gravada pela banda paulista de punk rock Garotos Podres no
álbum Garotozil de Podrezepam, lançado em 2003.
Fonte:
Wikipédia
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