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terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Reflexão: É necessário que aguardemos o melhor, mas que não desperdicemos o que temos (Divaldo Franco)

“Aquilo que as pessoas eram, gritava tão alto que impedia Jesus de ouvir o que falavam [...] A primeira proposta de Jesus é o apelo aos ouvidos da humanidade de todas as épocas: ‘Bem aventurados os pobres pelo espírito, porque eles gozarão os céus’. E, quais são os pobres pelo espírito? É uma proposta bastante audaciosa, neste mundo rico de pobres morais. Neste mundo fascinante de poderosos sem forças; de indivíduos que se caracterizam pela violência mental. Ser pobre em espírito é um convite profundo a meditação. Qual é a minha pobreza interior?  Eu que amo ao prazer, ao luxo, ao poder, pelos apegos ancestrais, resultantes do meu processo de evolução antroposociopsicológica. Como é que eu poderia ser pobre pelo espírito, tendo, sem estar encarcerado na posse? Ter as coisas, mas não depender delas para estabelecer paradigmas de felicidade. Estatuímos que a nossa felicidade é uma condicional. Eu somente serei feliz quando... quando tiver isso, quando tiver aquilo, quando conquistar uma pessoa, quando desfrutar de uma posição privilegiada. E esse indivíduo que é rico de ambição, não tem o espírito rico de paz. É atormentado porque pode gastar toda a vida perdendo a riqueza que gostaria na busca de uma ilusão que pretende. E é necessário que aguardemos o melhor, mas que não desperdicemos o que temos. Porque a questão da felicidade não está adstrita a parâmetros que tenham o mesmo significado para todos. Para o glutão é a mesa farta; para o conflitiado é mais um complexo de inferioridade; para o que acumula é mais um milhão ou um bilhão da moeda da qual ele se trouxe ao poder. Para esse transitório poder do mundo é mais um cargo, é mais um destaque, com rejeição total pelos encargos, pelos deveres. Porque os cargos dão brilho, mas os encargos dignidade; os cargos recebem aplauso, mas os encargos ninguém vê quando são bem executados, então não vale, na economia social do imediatismo. Jesus lembra-se desses que são pobres pelo espírito, aquele que é pobre de eu e é rico de ego.”

Divaldo Pereira Franco – Palestra Estudo do Sermão da Montanha - 2013

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