Adoptados pela resolução 46/91 da Assembleia Geral das
Nações Unidas, de 16 de Dezembro de 1991.
Princípios das Nações Unidas para as Pessoas Idosas
A Assembleia Geral,
Apreciando a contribuição dada pelas pessoas idosas às suas
sociedades,
Reconhecendo que, na Carta das Nações Unidas, os povos das
Nações Unidas se declaram, nomeadamente, decididos a reafirmar a fé nos
direitos humanos fundamentais, na dignidade e no valor da pessoa humana, na
igualdade de direitos dos homens e das mulheres, assim como das nações, grandes
e pequenas, e a promover o progresso social e melhores condições de vida dentro
de um conceito mais amplo de liberdade,
Observando o desenvolvimento desses direitos na Declaração
Universal dos Direitos do Homem, no Pacto Internacional sobre os Direitos
Económicos, Sociais e Culturais, no Pacto Internacional sobre os Direitos Civis
e Políticos e em outras declarações com vista a garantir a aplicação de normas
universais a grupos concretos,
Em conformidade com o Plano de Acção Internacional sobre os
Idosos, adoptado pela Assembleia Mundial sobre os Idosos e endossado pela
Assembleia Geral na sua resolução 37/51, de 3 de Dezembro de 1982,
Reconhecendo a enorme diversidade na situação das pessoas
idosas, não apenas entre os vários países, mas também dentro do mesmo país e
entre indivíduos, a qual exige uma série de diferentes respostas políticas,
Consciente de que, em todos os países, as pessoas estão a
atingir uma idade avançada em maior número e em melhor estado de saúde do que
alguma vez sucedeu,
Consciente dos estudos científicos que contrariam muitos
estereótipos sobre declínios inevitáveis e irreversíveis com a idade,
Convencida de que, num mundo caracterizado por um número e
uma percentagem crescentes de pessoas idosas, deverão ser dadas oportunidades
para que as pessoas idosas capazes, e que o desejem fazer, participem nas
actividades em curso da sociedade e contribuam para as mesmas,
Tendo presente que as dificuldades da vida familiar nos
países desenvolvidos e em desenvolvimento exigem que os que prestam assistência
às pessoas idosas frágeis recebam apoio,
Tendo presentes as normas já estabelecidas pelo Plano de
Acção Internacional sobre os Idosos e as convenções, recomendações e resoluções
da Organização Internacional do Trabalho, da Organização Mundial de Saúde e de
outros organismos das Nações Unidas,
Encoraja os Governos a incorporar os seguintes princípios
nos seus programas nacionais, sempre que possível:
Independência
1. Os idosos devem ter acesso a alimentação, água,
alojamento, vestuário e cuidados de saúde adequados, através da garantia de
rendimentos, do apoio familiar e comunitário e da auto-ajuda.
2. Os idosos devem ter a possibilidade de trabalhar ou de
ter acesso a outras fontes de rendimento.
3. Os idosos devem ter a possibilidade de participar na
decisão que determina quando e a que ritmo tem lugar a retirada da vida activa.
4. Os idosos devem ter acesso a programas adequados de
educação e formação.
5. Os idosos devem ter a possibilidade de viver em ambientes
que sejam seguros e adaptáveis às suas preferências pessoais e capacidades em
transformação.
6. Os idosos devem ter a possibilidade de residir no seu
domicílio tanto tempo quanto possível.
Participação
7. Os idosos devem permanecer integrados na sociedade,
participar activamente na formulação e execução de políticas que afectem
directamente o seu bem-estar e partilhar os seus conhecimentos e aptidões com
as gerações mais jovens.
8. Os idosos devem ter a possibilidade de procurar e
desenvolver oportunidades para prestar serviços à comunidade e para trabalhar
como voluntários em tarefas adequadas aos seus interesses e capacidades.
9. Os idosos devem ter a possibilidade de constituir
movimentos ou associações de idosos.
Assistência
10. Os idosos devem beneficiar dos cuidados e da protecção
da família e da comunidade em conformidade com o sistema de valores culturais
de cada sociedade.
11. Os idosos devem ter acesso a cuidados de saúde que os
ajudem a manter ou a readquirir um nível óptimo de bem-estar físico, mental e
emocional e que previnam ou atrasem o surgimento de doenças.
12. Os idosos devem ter acesso a serviços sociais e
jurídicos que reforcem a respectiva autonomia, protecção e assistência.
13. Os idosos devem ter a possibilidade de utilizar meios
adequados de assistência em meio institucional que lhes proporcionem protecção,
reabilitação e estimulação social e mental numa atmosfera humana e segura.
14. Os idosos devem ter a possibilidade de gozar os direitos
humanos e liberdades fundamentais quando residam em qualquer lar ou instituição
de assistência ou tratamento, incluindo a garantia do pleno respeito da sua
dignidade, convicções, necessidades e privacidade e do direito de tomar
decisões acerca do seu cuidado e da qualidade das suas vidas.
Realização pessoal
15. Os idosos devem ter a possibilidade de procurar
oportunidades com vista ao pleno desenvolvimento do seu potencial.
16. Os idosos devem ter acesso aos recursos educativos,
culturais, espirituais e recreativos da sociedade.
Dignidade
17. Os idosos devem ter a possibilidade de viver com
dignidade e segurança, sem serem explorados ou maltratados física ou
mentalmente.
18. Os idosos devem ser tratados de forma justa,
independentemente da sua idade, género, origem racial ou étnica, deficiência ou
outra condição, e ser valorizados independentemente da sua contribuição
económica.
Fonte: ONU
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