Artigo
publicado, no dia 14 de outubro de 2013, no jornal O Povo.
O Sistema
Único de Saúde (SUS) tem preponderante significado na construção de um modelo
de desenvolvimento e de sociedade mais justa; seus princípios de
universalidade, equidade, integralidade e controle social são patrimônios
políticos e contraponto às ofensivas do capital. Porém, para sua total
efetivação, ainda requer profundos avanços com foco na garantia do acesso e
acolhimento com qualidade e agilidade para atender às expectativas da
população. São urgentes ações que priorizem uma efetiva melhora no atendimento
básico de saúde.
O Programa
Mais Médicos, criado pelo Governo Federal, fortalece a saúde como pauta
prioritária das políticas públicas em nosso país. Com ampliação do número de
médicos na atenção básica em periferias de centros urbanos e de municípios do
interior, a iniciativa preenche a lacuna deixada pela carência de
profissionais. Atualmente, o Brasil tem 1,8 médicos por mil habitantes.
O
contraditório é que, ao mesmo tempo em que parecia uníssono às reivindicações
em priorizar a saúde, tornou-se polêmica a chegada dos médicos estrangeiros ao
Brasil. Apesar de comprovadas a experiência e a capacidade de exercer o ofício
no País por três anos, um dos maiores obstáculos enfrentados por esses médicos
tem sido a aquisição do registro profissional, concedido pelo Conselho Regional
de Medicina (CRM). De acordo com o Ministério da Saúde, dos 648 pedidos de
registro profissional para os participantes do Programa Mais Médicos com
diplomas do exterior, apenas 276 foram emitidos até este mês de outubro – o
equivalente a 42% do total.
Este é,
sem dúvida, um momento especial para a população e para os profissionais de
saúde. É a oportunidade de retomar as reivindicações que fortalecem e dinamizam
o SUS. É inaceitável a manifestação xenofóbica e corporativista de alguns que hostilizam
os médicos estrangeiros. A hora é de demonstrar que os discursos são sonhos que
queremos concretizar e não apenas bravatas políticas.
Joana Almeida - Presidenta da Central Única dos Trabalhadores (CUT-CE)
15/10/2013
Fonte:
CUT/CE
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