Os
bancários continuam em greve. É uma greve de rotina, dirão alguns. Rotina é o
acúmulo histórico do lucro dos banqueiros privados e dos bancos públicos,
diremos nós. Rotina é a insegurança sem limites a atingir os bancários e a
sociedade. Rotina é verem os bancários suas agências assaltadas e explodidas
por bandidos comuns e igualmente terem uma remuneração irrisória diante da
persistência do ganho estratosférico de quem não trabalha verdadeiramente e
apenas manuseia o capital dos outros.
Estamos
decididos a quebrar esta rotina cruel. Queremos mais e melhores empregos. Mais
ambiente saudável e menos adoecimento tão recorrente. Mais atendimento público
e humanizado, menos atendimento seletivo de grandes clientes. Os bancários,
neste momento, reivindicam no bojo de sua tradicional campanha salarial
melhores salários e melhores condições de trabalho e exercitam seu direito
constitucional de greve pensando em si enquanto classe trabalhadora e pensando
na sociedade, em geral.
A proposta
que acaba de ser apresentada é um desrespeito aos bancários e à sociedade.
Vamos reagir à altura da provocação. Vamos prosseguir com a greve, mais forte e
mais firme. Vamos ocupar as ruas.
Os
bancários são referência nacional para as lutas sindicais e, certamente, o
desfecho desta greve servirá de parâmetro para o conjunto dos assalariados
brasileiros. Os bancários merecem mais e é possível melhorar a proposta em
todos os aspectos (econômico, social, participação, saúde).
Prosseguir
para conquistar nesta luta exige decisão firme da direção e união da base para
fazermos recuar bancos privados e públicos que tem uma dívida grande a ser
resgatada. Estamos abertos a um acordo e temos interesse em uma negociação
digna, mas a reciprocidade precisa ser demonstrada pelo outro lado do polo das
classes em luta, o Governo e o patronato dos bancos.
Carlos
Eduardo Bezerra – Presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará
Fonte:
SEEB/CE
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