O presidente do Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI), Glaucius Oliva, foi um
dos palestrantes do painel de encerramento na sexta-feira (15) do Fórum
Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Sustentável, realizado na
Pontifícia Universidade Católica (PUC), do Rio de Janeiro.
Os debates do painel, com a participação
também de convidados estrangeiros, foram conduzidos pela pergunta: com tantos
contrastes ambientais, qual a melhor medida para chegarmos à sustentabilidade?
Oliva iniciou sua fala apontando que o
planeta vem "passando por mudanças rápidas e dramáticas nos últimos
anos" e que muitas das alterações nos últimos 20 anos já constavam das
discussões do último encontro realizado no Rio de Janeiro. Para ele, "os
desafios globais continuam a ser tão críticos quanto já eram em 1992".
Entretanto, frisou que muita coisa mudou para melhor, "como a inclusão
social crescente em muitos países", citando o Brasil como um dos exemplos.
Embora haja hoje um maior nível de informação
e consciência por parte das pessoas, o presidente considera que as dimensões
dos problemas à frente são enormes. Ele citou como um dos exemplos nesse
sentido os vetores opostos inseridos no crescimento da população global.
"Em uma direção, o aumento da pobreza extrema geralmente associada com a
degradação ambiental, ampliando o fosso que separa os pobres dos níveis mínimo
de uma digna, e em outra direção, de um número crescente de pessoas que estão
sendo inseridas nos níveis de classe média, que é importante, mas com
aspirações de padrões de consumo equivalentes aos existentes nos países
chamados desenvolvidos, mas que são claramente incompatíveis com um planeta finito
e de economia saudável."
Outro exemplo apresentado por Oliva é quanto
à demanda por alimentos e energia, "que claramente não pode ser sustentada
com as atuais práticas e tecnologias disponíveis. Em sua opinião, "temos
uma oportunidade única, fornecida pela ciência e tecnologia, para apontar um
caminho de desenvolvimento que não necessariamente repetir as práticas
destrutivas ao meio ambiente, que os países desenvolvidos seguiram no século
20".
Nesse aspecto disse que o Brasil é um exemplo
a ser considerado, lembrando ainda que 50% da nossa matriz energética é
composta de fontes renováveis, mas, ao ser ver, as soluções dependem de um
intenso programa de pesquisa, concentrada e multidisciplinar, na interface das
áreas naturais, sociais e tecnológicas do conhecimento, "simultaneamente,
visando o bem estar humano e a saúde do planeta a partir de escala local como
global".
Oliva citou ainda como peças do esforço
brasileiro para melhoria do planeta em vários sentidos e direções ações
colocadas na Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, do
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), estudos e pesquisas em
várias áreas do conhecimento incrementadas pelos Institutos Nacionais de
Ciência e Tecnologia (INCTs) e o Programa Ciência sem Fronteiras (CsF), que
visa a internacionalização do país e a qualificação de recursos humanos. Outra
vertente buscada pelo Brasil para a solução dos problemas globais, ressaltou,
são convênios e acordo de cooperação científica e tecnológica com vários
países.
Fonte: http://www.cnpq.br/
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