Trinta e
oito países cumpriram os objetivos definidos a nível internacional na luta
contra a fome, alcançando sucesso antes do prazo estabelecido para 2015. Entre
eles, 12 são da América Latina e do Caribe, disse a Organização das Nações
Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) nesta quarta-feira (12).
Na região,
Brasil, Chile, Cuba, Honduras, Guiana, Nicarágua, Panamá, Peru, República
Dominicana, São Vicente e Granadinas, Uruguai e Venezuela atingiram a meta da
FAO.
“Esses
países estão abrindo o caminho para um futuro melhor. São a prova de que com
uma forte vontade política, coordenação e cooperação, é possível conseguir
reduções rápidas e duradouras para a fome”, disse o diretor-geral da FAO, José
Graziano da Silva.
Graziano
pediu a todos os países para manter os esforços para a erradicação total da
fome, de acordo com o objetivo estabelecido pelo Desafio Fome Zero – lançado em
2012 pelo secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon.
“Globalmente,
a fome diminuiu na última década, mas 870 milhões de pessoas ainda estão
subnutridas e milhões de seres humanos sofrem as consequências de deficiências
vitamínicas e minerais, incluindo a falta de crescimento da criança”, disse o
chefe da FAO.
“Precisamos
manter nossos esforços”, acrescentou, “até que todos possam viver uma vida
saudável e produtiva.”
As
histórias de sucesso
Vinte
países cumpriram o Objetivo de Desenvolvimento do Milênio número um (ODM-1),
que visa a reduzir pela metade a proporção de pessoas com fome entre os
períodos de 1990-92 e 2010-2012, conforme estabelecido pela comunidade
internacional na Assembleia Geral das Nações Unidas em 2000.
Além
disso, 18 países foram parabenizados por alcançar tanto o ODM-1 quanto a meta
mais exigente da Cúpula Mundial de Alimentação (CMA) de reduzir à metade o
número de subnutridos entre 1990-1992 e 2010-2012.
O objetivo
da CMA foi criado em 1996, quando 180 países reuniram-se em sede da FAO para
discutir as várias maneiras de acabar com a fome.
Os países
que só alcançaram o ODM-1 foram: Argélia, Angola, Bangladesh, Benin, Brasil,
Camboja, Camarões, Chile, República Dominicana, Fiji, Honduras, Indonésia,
Jordânia, Malauí, Maldivas, Níger, Nigéria, Panamá, Togo e Uruguai.
Aqueles
que conseguiram alcançar tanto o ODM-1 quanto os objetivos do CMA são: Armênia,
Azerbaidjão, Cuba, Djibuti, Geórgia, Gana, Guiana, Kuwait, Quirguistão,
Nicarágua, Peru, São Vicente e Granadinas, Samoa, São Tomé e Príncipe,
Tailândia, Turcomenistão, Venezuela e Vietnã.
Os países
serão homenageados em uma cerimônia de alto nível na sede da FAO, no próximo
dia 16 de junho, coincidindo com a semana em que a Conferência da FAO, o órgão
máximo da Organização, se reúne.
Angola,
Brasil e São Tomé e Príncipe entre os casos de sucesso
Segundo os
dados da FAO, o maior caso de sucesso foi São Tomé e Príncipe, que alcançou
ambas as metas ao reduzir em 66% a proporção de pessoas com fome desde 1990-92,
passando dos 23% para os 8%, ou seja, de cerca de 19 mil para 5 mil pessoas.
Angola
conseguiu diminuir em 57% a proporção de pessoas com fome desde 1990-92,
passando dos 63% da população para os 27% e alcançando, assim, o ODM-1. No
entanto, em termos absolutos foi registada uma diminuição de 21% de pessoas com
fome, dos 7 milhões para os 5 milhões de pessoas, um progresso que ficou aquém
da meta da Cúpula Mundial da Alimentação.
O mesmo se
passou com o Brasil, que atingiu o ODM-1 ao reduzir em 53% a proporção de
pessoas com fome desde 1990-92, dos 15% da população para 7%. Em termos
absolutos houve também uma diminuição significativa, com 10 milhões de pessoas
a libertarem-se da fome – 23 milhões para 13 milhões –, mas apesar desta
diferença de 40% não foi ainda possível reduzir para metade o número absoluto
de pessoas com fome.
Milhões de
pessoas ainda sofrem com a fome
Segundo o
relatório da FAO “O Estado da Insegurança Alimentar no Mundo 2012”, a grande
maioria das vítimas da fome, 852 milhões, vivem em países em desenvolvimento –
cerca de 15% de sua população –, enquanto 16 milhões de pessoas estão
subnutridas nos países desenvolvidos.
Além
disso, apesar da tendência geral e sucessos nacionais, a fome tem aumentado na
África nos últimos anos.
Globalmente,
a insegurança alimentar é hoje em grande parte um problema de acesso a recursos
e serviços que as famílias precisam para produzir, adquirir ou obter alimentos
nutritivos suficientes.
A
agricultura desempenha um papel vital para permitir o acesso aos alimentos.
Mais de 70% dos pobres vivem em áreas rurais e a maioria ainda depende direta
ou indiretamente da agricultura para a sua subsistência.
“O aumento
da produtividade agrícola é, portanto, um elemento importante na melhoria do
acesso aos alimentos”, argumenta a FAO.
O
diretor-geral da FAO disse que ficou encorajado com os sinais de maior
comprometimento de muitos países para acabar com a fome e a desnutrição através
da agricultura e do desenvolvimento sustentável, incluindo a participação em
programas regionais inspiradas pelo Desafio Fome Zero.
Por: ONU
Brasil Em: 19/06/2013 às 14:16:38
Fonte:
ISAGS
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