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sábado, 15 de junho de 2013

Espiritualidade: “Eu não sou este corpo.” (Bhaktivedanta Swain Prabhupãda)


Na verdade, nossa posição é que sempre estamos prestando serviço a alguém [....] estamos constitucionalmente destinados a prestar serviço; porém, apesar de servirmos da melhor forma possível, não ficamos satisfeitos. Tampouco a pessoa a quem prestamos serviço fica satisfeita. Na plataforma material, todos estão frustrados. O motivo para isso é que o serviço que está sendo prestado não está direcionado corretamente. [...] Se a Suprema Personalidade de Deus é servida, todas as outras partes integrantes ficarão automaticamente satisfeitas. [...] Deus existe e podemos vê-lo a cada momento. [...] Devemos nos lembrar que esta forma particular de vida humana é alcançada após uma evolução de muitos milhões de anos no ciclo transmigratório da alma espiritual. [...] Recebemos esta forma humana de vida não apenas para trabalhar arduamente como o suíno ou o cão, mas também para alcançar a perfeição máxima da vida. [...] Não estamos destinados a resolver apenas os problemas econômicos da vida, equilibrando-nos em uma plataforma vacilante; ao contrário, nosso objetivo é solucionar problemas fundamentais da vida, os quais surgem devido às leis da natureza. A civilização permanece estática a menos que haja movimento espiritual. A alma movimenta o corpo, e o corpo vivo movimenta o mundo. [...] O corpo humano é um excelente veículo através do qual podemos alcançar a vida eterna. É um barco raro e muito importante para atravessar o oceano da ignorância, que é a existência material. [...] Há, sem dúvidas, bastante conforto no vagão de primeira classe de um trem, mas se o trem não anda em direção a seu destino, qual a vantagem de se ter um compartimento com ar condicionado? A civilização contemporânea está demasiadamente interessada em fornecer conforto ao corpo material, mas ninguém possui informações acerca do verdadeiro destino da vida, que é voltar ao Supremo. Não devemos ficar apenas sentados em um compartimento confortável; devemos examinar se nosso veículo está indo ou não para o seu verdadeiro destino. Não há vantagem alguma em fornecer conforto ao corpo material à custa do esquecimento da principal necessidade da vida, que é recuperar nossa perdida identidade espiritual. Infelizmente, este corpo está ancorado na consciência mundana através de cinco fortes correntes, que são: 1) apego ao corpo material devido a ignorância de fatos espirituais, 2) apego a parentes devido a relações corpóreas, 3) o apego à terra natal e a posses materiais tais como casa, móveis, bens, propriedades, documentos, etc. 4) o apego à ciência material, que sempre permanece obscura por falta de clareza espiritual, e 5) o apego às normas religiosas e aos rituais sagrados sem conhecimento da Personalidade de Deus ou seus  devotos, os quais o tornam sagrados. Tais apegos, que ancoram o corpo humano, [...] Eles são comparados a uma figueira-de-bengala de raízes profundas que está constantemente aumentando sua aderência a terra. É muito difícil desenraizar esta forte figueira-de-bengala, mas o Senhor recomenda o seguinte processo: “A forma real dessa árvore não pode ser percebida neste mundo. Ninguém pode entender onde ela termina, onde começa ou onde está sua base. Porém, com determinação, deve-se cortar essa árvore com a arma do desapego. Fazendo isto, deve-se buscar aquele local no qual, uma vez ali chegando, nunca se retorna, e render-se àquela Suprema Personalidade de Deus de quem tudo começou e em quem tudo repousa desde tempos imemoriais.” (Bhagavad-gitã 15.3-4). [...] nossa existência material deve ser cem por cento espiritualizada. O ferro não é fogo, mas pode ser convertido em fogo pelo contato constante com o fogo. Analogicamente, o desapego das atividades materiais pode ser efetuado através de atividades espirituais, e não pela inércia material. [...] Aquele que está convencido de sua identidade espiritual e está livre da concepção material de existência, que está livre da ilusão e é transcendental aos modos da natureza material, que se ocupa constantemente em entender o conhecimento espiritual e que se afastou completamente da gratificação dos sentidos pode voltar ao Supremo. [...] está livre da dualidade de felicidade e aflição.

(Ciência da Autorrealização – Descobrindo o Eu. A. C. Bhaktivedanta Swain Prabhupãda. p. 19-25) 

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