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domingo, 9 de setembro de 2012

Desemprego juvenil piora ainda mais, diz OIT


GENEBRA (Notícias da OIT) – As taxas de desemprego entre os jovens deterioraram-se ainda mais em nível mundial à medida que as consequências da crise do euro se propagam até as economias emergentes, segundo um documento da OIT intitulado “Panorama mundial do emprego: perspectivas pouco animadoras para os jovens no mercado laboral”.

“Paradoxalmente, somente nas economias desenvolvidas se prevê uma diminuição das taxas de desemprego juvenil durante os próximos anos. Mas por outro lado estas são as economias onde registrou-se o maior aumento do desemprego juvenil”, disse Ekkehard Ernst, principal autor do estudo e responsável pela Unidade Tendências de Emprego da OIT.
As novas previsões mostram uma diminuição gradual da taxa de desemprego juvenil nas economias desenvolvidas, de 17,5 por cento neste ano para 15,6 por cento em 2017. Este número é muito mais alto que a taxa de 12,5 por cento registrada em 2007, antes do começo da crise.
Grande parte da diminuição da taxa de desemprego juvenil não se deverá a melhoras no mercado laboral, mas ao fato de que um grande número de jovens deixou de procurar trabalho. Estes jovens desalentados não são contados como desempregados.
Dados em nível global e regional
A diminuição prevista do desemprego juvenil na região das economias desenvolvidas não será suficiente para reduzir a taxa global
O documento sustenta que em 2017 o desemprego juvenil mundial se situará em 12,9 por cento, 0,2 pontos percentuais acima das previsões para 2012.
Está previsto que o impacto da crise do euro se estenderá além da Europa, afetando as economias do Sudeste Asiático e da América Latina. Isso devido à diminuição das exportações para as economias avançadas.
No Norte da África e no Oriente Médio, estima-se que as taxas de desemprego juvenil permanecerão acima de 25 por cento durante os próximos anos e até poderiam aumentar ainda mais em algumas parte destas regiões.
No Sudeste Asiático as previsões indicam que as taxas de desemprego juvenil aumentarão de 9,5 por cento este ano para 10,4 por cento em 2017. Esperam-se poucas mudanças na América Latina e no Caribe e na África Subsaariana.
Taxas de desemprego juvenil – previsões – 2012-2017
Mundo – 12,7%    12,9%
Europa central e Leste Europeu – 16,9%   17%
Economias desenvolvidas – 17,5%   15,6%
Ásia Oriental – 9,5%   10,4%
América Latina e Caribe – 14,6%   14,7%
Oriente Médio – 26,4%   28,4%
Norte da África – 27,5%   26,7%
Sul da Ásia – 9,6%   9,8%
Sudeste Asiático e Pacífico – 13,1%   14,2%
África Subsaariana – 12%   11,8%
Apoiar os trabalhadores jovens traz enormes benefícios
Nos países que registram os primeiros sinais de recuperação do emprego e onde se apresentam novas oportunidades de trabalho, muitos jovens desempregados ainda têm dificuldades para encontrar trabalho. Por exemplo, um trabalhador da construção que perdeu seu emprego por causa do colapso do mercado imobiliário pode não ter as qualificações necessárias para encontrar trabalho em outros setores.
Isto produz desalento e um aumento das taxas dos que não trabalham, não estudam, nem recebem formação”, explicou Ernst.
Os sistemas que oferecem garantias de emprego e outorgam importância à formação “poderiam ajudar a tirar da rua os que buscam trabalho e integrá-los em atividades úteis, proporcionando-lhes assim proteção contra futuras crises econômicas”, acrescentou.
De acordo com o documento, este tipo de garantias para os jovens pode ter um custo muito limitado: menos de 0,5 por cento do PIB nos países europeus.
“Em tempos de pressão sobre as finanças públicas, isto pode ser percebido como outra carga pesada, mas será inferior aos custos adicionais gerados quando os jovens estão desempregados durante um longo tempo, além do que cada vez mais perdem contato com o mercado de trabalho”, diz o documento.
O apelo da OIT
Em sua Conferência anual em junho de 2012, a OIT adotou uma
Resolução em favor de uma ação imediata, renovada e específica dirigida a enfrentar a crise do desemprego juvenil.
A Resolução propõe um conjunto de medidas provadas e comprovadas em cinco áreas: políticas macroeconômicas, empregabilidade, políticas do mercado laboral, desenvolvimento das capacidade empresarial dos jovens e direitos. Destaca a necessidade de equilíbrio, coerência e complementariedade entre as medidas políticas.
O apelo da OIT convida os governos e aos interlocutores sociais a:
·         Favorecer o crescimento com alto coeficiente de emprego e a criação de trabalho decente através de políticas macroeconômicas, empregabilidade, políticas de mercado de trabalho e direitos dos jovens, e garantir a sustentabilidade financeira e orçamentária.
·         Promover as políticas macroeconômicas e os incentivos fiscais que apoiem o emprego, fortalecer a demanda agregada, melhorar o acesso aos financiamentos e incrementar os investimentos produtivos, tendo em conta as diversas situações econômicas dos países.
·         Adotar medidas específicas e fiscalmente sustentáveis, como políticas anticíclicas e intervenções que estimulem a demanda, programas de emprego público, sistema de garantias para os jovens, programas de infraestrutura com alto coeficiente de mão de obra, salários e subsídios de formação e outras intervenções em favor do emprego juvenil. Este tipo de programa deveria garantir a igualdade de tratamento para os trabalhadores jovens.
Fonte: OIT

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