Justiça reconhece
luta do sindicato e também abona dias de greve
Mais uma vez, a
mobilização, a organização e a capacidade de pressão do Sindicato dos
Trabalhadores da Construção Civil do Espírito Santo (Sintraconst-ES) resultaram
em uma grande vitória.
Na tarde da quarta-feira (4), em decisão unânime, os desembargadores do Tribunal Regional
do Trabalho local julgaram o dissídio coletivo da categoria e estabeleceram um
aumento de 14% nos salários para todos os operários do estado.
Era exatamente o que
exigia o Sintraconst-ES, que, até então, havia arrancado o índice para os
operários das grandes empresas, como Mendes Júnior, as empreiteiras da Samarco
e da 8ª Usina da Vale. Agora, o benefício é geral, tanto para o pessoal da
indústria quanto da construção.
No caso da
construção, serão 12% de aumento retroativos a maio e mais 2% em novembro. A
cesta básica será de R$ 170, com outros R$ 80 de gratificação para os
trabalhadores que não apresentarem faltas injustificadas no mês. As empresas
também arcarão com R$ 60 do valor do plano de saúde
Já na área
industrial, serão 14% de aumento, R$ 400 de cesta básica e plano de saúde
gratuito e extensivo à família.
Os avanços são
resultado da greve realizada em maio e também considerada legal pelo Tribunal
no julgamento de quarta. Portanto, todos os dias serão abonados. Na ocasião,
mais de 5 mil obras foram paralisadas e 99% da categoria aderiu ao movimento
que reuniu cerca de 80 mil trabalhadores.
Presidente do
Sintraconst-ES, Paulo Peres, o Carioca, destaca, inclusive, que a capacidade de
diálogo do sindicato com as bases foi reconhecida e elogiada pelos
desembargadores, enquanto a atuação das empresas foi alvo de críticas.
“O Sinduscon
(sindicato patronal) pediu abusividade da greve e os desembargadores lembraram
que o Espírito Santo cresce em um ritmo superior ao da China, que a construção
é um dos setores que mais lucram, ressaltou que o preço dos imóveis crescem a
um ritmo assustador e que oferecer somente 6% de reajuste é um enfrentamento
aos trabalhadores e, praticamente, um convite à greve”, afirmou.
Agora é na pesada –
Após essa conquista, o sindicato segue para defender os cerca de 50 mil
empregados da indústria pesada.
O Sintraconst-ES
passa a ocupar o lugar do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da
Construção Pesada do Espírito do Santo (Sindopem-ES). Há 15 anos, a entidade
que representa os operários de grandes obras como rodovias, pontes, estádios e
viadutos, enfrentava um processo na Justiça do Trabalho apontando sua
ilegalidade.
A direção do Sindopem
era uma aula de ataque à classe trabalhadora, com convenções que permitem banco
de horas, ao invés de pagamento de horas extras, e contratos temporários.
Situação que apenas reforça a luta histórica da CUT para que a organização
sindical seja livre e autônoma.
“Em 15 dias começamos
a negociar com os patrões. A data-base é em setembro e já queremos iniciar com
tudo”, aponta Carioca.
Fonte: Luiz Carvalho
Nenhum comentário:
Postar um comentário