Dados do IBGE indicam existirem 38.691 meninos e meninas em situação de trabalho
Entre 2009 e
2010, o Estado do Ceará saltou do 4º para o 15º lugar no ranking nacional do
trabalho na faixa etária de 10 a 13 anos. É o que apontam os dados do censo
realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), segundo
o procurador do Trabalho Antonio de Oliveira Lima, a despeito da diferença nas
faixas etárias e do uso de metodologias distintas no censo 2010 e na Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2009, ambas realizadas pelo mesmo
Instituto.
O procurador
explica que os dados da Pnad-2009 indicaram a existência, à época, de 112.633
(cento e doze mil, seiscentos e trinta e três) crianças e adolescentes de 10 a
14 anos em situação de trabalho no Estado e de 1.257.810 (um milhão, duzentos e
cinqüenta e sete mil, oitocentos e dez) em todo o País. Já o censo 2010 apontou
que havia 38.691 (trinta e oito mil, seiscentos e noventa e um) meninos e
meninas de 10 a 13 anos ocupados no Ceará e 709.989 (setecentos e nove mil,
novecentos e oitenta e nove) no Brasil.
Embora a
diferença entre os números da Pnad e do censo seja, em parte, explicada pelo
fato de a primeira incluir adolescentes de 14 anos (faixa etária cujos dados do
censo ainda não foram divulgados), Antonio de Oliveira Lima destaca que a
redução é muito significativa e não deve ser compensada totalmente pelo número
que for atribuído à parcela de trabalhadores com 14 anos. Ele avalia que os
dados do censo aproximam-se mais da realidade porque os da Pnad são estimativas
a partir de amostra de domicílio.
“Os dados até
aqui disponíveis evidenciam que as iniciativas do poder público e das entidades
que integram a sociedade na prevenção e erradicação do trabalho infantil já
começam a surtir importante efeito”, avalia o procurador. Ele ressalta que a
faixa etária cujos dados do censo 2010 já foram liberados tem grande relevância
tendo em vista que até os 13 anos de idade o trabalho é totalmente proibido no
Brasil. Já entre 14 e 15 anos, é permitido apenas na condição de aprendiz. Dos
16 aos 17 anos, é permitido, desde que não seja em atividade insalubre,
perigosa, penosa ou em horário noturno (a partir das 22 horas).
A colocação do
Ceará (15º) no ranking nacional de crianças e adolescente em situação de
trabalho dos 10 aos 13 anos, com base nos dados do censo 2010, leva em conta a
proporção do trabalho precoce frente à população existente na faixa etária em
cada unidade federativa. No caso do Estado, que conforme o IBGE, registrou,
naquele ano, 666.581 (seiscentos e sessenta e seis mil, quinhentos e oitenta e
um) meninos e meninas com 10 a 13 anos, a proporção de ocupados ficou em 5,8%.
No País, a população na faixa etária chegou a 13.661.901 (treze milhões,
seiscentos e sessenta e um mil, novecentos e um). O percentual de ocupados no
âmbito nacional foi menor que o verificado no Ceará: 5, 2%.
RANKING - Proporcionalmente, a situação do Ceará ficou melhor que as verificadas
em Rondônia (9,1%), Amazonas (8,52%), Pará (8,25%), Acre (8,21%), Roraima
(8,02%), Bahia (7,45%), Maranhão (7,28%), Piauí (6,98%), Alagoas (6,87%), Paraíba
(6,66%), Mato Grosso (6,23%), Santa Catarina (6,16%), Pernambuco (5,90%) e
Paraná (5,87%). No âmbito do Nordeste, o percentual constatado no Ceará é pior
apenas que o encontrado em Sergipe (5,39%) e Rio Grande do Norte (4,04%).
Apesar da
melhora nos indicadores revelada pelo Censo 2010, Antonio de Oliveira Lima
frisa que governos e sociedade não podem se acomodar. “Os desafios ainda são
grandes. Temos de fazer nossa parte para que o País consiga cumprir o
compromisso assumido com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) de
erradicar as piores formas de trabalho infantil até 2016 e todas as formas de
exploração do trabalho precoce até 2020”. Ele menciona iniciativas importantes
como as campanhas anuais desenvolvidas por ocasião do 12 de junho (dia nacional
de combate ao trabalho infantil), as atividades de sensibilização promovidas
pelas entidades que integram o Fórum Estadual pela Erradicação do Tr abalho
Infantil e Proteção ao Trabalhador Adolescente (Feeti-CE) e a tarefa de
conscientização desempenhada pelos educadores de mais de 130 municípios
envolvidos no Programa de Educação contra a Exploração do Trabalho da Criança e
do Adolescente (Peteca), coordenado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT)
no Ceará
RANKING
DO TRABALHO DE 10 A 13 ANOS, CONFORME O CENSO 2010-IBGE *
Rondônia 9,10%
Amazonas 8,52%
Pará 8,25%
Acre 8,21%
Roraima 8,02%
Bahia 7,45%
Maranhão 7,28%
Piauí 6,98%
Alagoas 6,87%
Paraíba 6,66%
Mato Grosso 6,23%
Santa Catarina 6,16%
Pernambuco 5,90%
Paraná 5,87%
Ceará 5,80%
Rio Grande do Sul 5,79%
Tocantins 5,78%
Amapá 5,55%
Goiás 5,48%
Sergipe 5,39%
Espírito Santo 4,91%
Mato Grosso do Sul 4,75%
Minas Gerais 4,46%
Rio Grande do Norte 4,04%
São Paulo 2,69%
Distrito Federal 2,68%
Rio de Janeiro 2,35%
Brasil 5,20%
* Ranking definido a partir da proporção de
crianças e adolescentes de 10 a 13 anos em situação de trabalho frente à
população existente na faixa etária em cada unidade da Federação
RANKING
DO TRABALHO DE 10 A 13 ANOS, POR REGIÃO DO PAÍS (CENSO 2010-IBGE)
Norte 8,06%
Nordeste 6,53%
Sul 5,90%
Centro-Oeste 5,02%
Sudeste 3,18%
O QUE DIZ A LEGISLAÇÃO
|
Constituição
Federal:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social
XXXIII - proibição de trabalho, noturno, perigoso ou insalubre aos menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de 14 anos.
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social
XXXIII - proibição de trabalho, noturno, perigoso ou insalubre aos menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de 14 anos.
Consolidação das
Leis do Trabalho
Art. 403. É proibido qualquer trabalho a menores de dezesseis anos de idade, salvo na condição de aprendiz, a partir dos quatorze anos.
Art. 403. É proibido qualquer trabalho a menores de dezesseis anos de idade, salvo na condição de aprendiz, a partir dos quatorze anos.
Estatuto da Criança e do Adolescente
Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de dezesseis anos de idade, salvo na condição de aprendiz.
Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de dezesseis anos de idade, salvo na condição de aprendiz.
RANKING DO TRABALHO INFANTIL
PNAD
2009 (10 A 14 ANOS) X CENSO 2010 (10 A 13 ANOS)
UF
|
População Ocupada
10 a 14 anos - PNAD
2009
|
Taxa de Ocupação 10 a
14 anos PNAD 2009
|
Posição
no Ranking 10 a 14 anos PNAD 2009
|
População
Ocupada
10 a
13 anos CENSO 2010
|
Taxa
de Ocupação
10 a
13 anos CENSO 2010
|
Posição
no Rankig
10 a
13 anos CENSO 2010
|
|
Rondônia
|
22.799
|
14,83
|
1°
|
11
150
|
9,10%
|
1°
|
|
Amazonas
|
23.178
|
6,11
|
19°
|
27
474
|
8,52%
|
2°
|
|
Pará
|
67.236
|
8,44
|
14°
|
55
015
|
8,25%
|
3°
|
|
Acre
|
9.101
|
11,26
|
6°
|
5
856
|
8,21%
|
4°
|
|
Roraima
|
1.209
|
2,23
|
25°
|
3
398
|
8,02%
|
5°
|
|
Bahia
|
181.929
|
12,32
|
5°
|
79
634
|
7,45%
|
6°
|
|
Maranhão
|
70.751
|
10,05
|
7°
|
42
146
|
7,28%
|
7°
|
|
Piauí
|
51.866
|
14,66
|
2°
|
17
046
|
6,98%
|
8°
|
|
Alagoas
|
32.683
|
9,19
|
10°
|
18
318
|
6,87%
|
9°
|
|
Paraíba
|
20.581
|
5,71
|
20°
|
18
402
|
6,66%
|
10°
|
|
Mato Grosso
|
22.919
|
8,9
|
12°
|
13
833
|
6,23%
|
11°
|
|
Santa Catarina
|
44.777
|
8,79
|
13°
|
25
330
|
6,16%
|
12°
|
|
Pernambuco
|
77.668
|
9,36
|
9°
|
39
276
|
5,90%
|
13°
|
|
Paraná
|
61.268
|
6,36
|
18°
|
42
290
|
5,87%
|
14°
|
|
Ceará
|
112.633
|
12,54
|
4°
|
38
691
|
5,80%
|
15°
|
|
Rio Grande do Sul
|
58.292
|
6,69
|
16°
|
39
801
|
5,79%
|
16°
|
|
Tocantins
|
20.963
|
14,62
|
3°
|
6
650
|
5,78%
|
17°
|
|
Amapá
|
2.407
|
3,61
|
23°
|
3
488
|
5,55%
|
18°
|
|
Goiás
|
49.651
|
9,1
|
11°
|
23
118
|
5,48%
|
19°
|
|
Sergipe
|
12.238
|
6,47
|
17°
|
8
929
|
5,39%
|
20°
|
|
Espírito Santo
|
17.354
|
5,42
|
21°
|
11
821
|
4,91%
|
21°
|
|
Mato Grosso do Sul
|
11.649
|
5,22
|
22°
|
8
379
|
4,75%
|
22°
|
|
Minas Gerais
|
146.237
|
8,08
|
15°
|
59
852
|
4,46%
|
23°
|
|
Rio Grande do Norte
|
27.399
|
9,72
|
8°
|
9
417
|
4,04%
|
24°
|
|
São Paulo
|
88.079
|
2,63
|
24°
|
71
354
|
2,69%
|
25°
|
|
Distrito Federal
|
3.369
|
1,54
|
27°
|
4
704
|
2,68%
|
26°
|
|
Rio de Janeiro
|
19.574
|
1,58
|
26°
|
24
617
|
2,35%
|
27°
|
|
Brasil
|
1.257.810
|
7,22
|
-
|
709
989
|
5,20%
|
||
Fonte: MPT/CE (PRT 7ª REGIÃO). Tabela elaborada
com base nos dados do IBGE (PNAD 2009 e CENSO 2010)
|
Devemos promover a coragem onde há medo , promover o acordo onde existe conflito, e inspirar esperança onde há desespero.
ResponderExcluirNelson Mandela em seu aniversário de 89 anos.
Dma
Ceará ocupa o 6º lugar no desempenho no Exame da OAB
ResponderExcluirPublicado: 20-01-2012 | Autor: Eliomar de Lima | Categoria(s): Blogs O POVO
O Ceará ficou em 6º lugar, com 26,8% (2.755 inscritos para 727 aprovados) candidatos aprovados, no desempenho apresentado no V Exame de Ordem Unificado da OAB entre as 27 Seccionais, cujos resultados estatísticos foram divulgados no inicio da semana, em Brasília.
A Bahia foi o Estado que, proporcionalmente, apresentou o melhor desempenho com um índice de aprovação de 30,64% (5.053 inscritos presentes, para 1.548 aprovados).
Em todo o País, o Exame contou com um total de 106.086 candidatos presentes, dos quais 26.010 passaram e vão receber a carteira profissional da OAB. Quanto aos cursos de direito, no Ceará, a Faculdade de Direito da UFC, com 77,07%, ficou em 1º lugar e o IESC, com 3,70%, em último lugar.
Resultados por curso no Ceará
1º lugar – Universidade Federal do Ceará – UFC – 62 inscritos; 47 aprovados – 77,05% 2º lugar – Faculdade Luciano Feijão – FLJ – – 50 inscritos; 21 aprovados – 42,00% 3º lugar – Universidade Vale do Acaraú – Uva – – 90 inscritos; 36 aprovados – 40,45% 4º lugar – Instituto Ceará de Ensino e Cultura – ICEC – – 11 inscritos; 4 aprovados – 40% 5º lugar – Universidade Regional do Cariri – Urca – – 204 inscritos; 63 aprovados – 31,66% 6º lugar – Faculdade 7 de Setembro – FA7 – – 134 inscritos; 41 aprovados – 31,06% 7º lugar – Faculdade Christus – – 136 inscritos; 39 aprovados – 28,68% 8º lugar – Faculdade Farias Brito – – 145 inscritos; 37 aprovados – 26,08% 9º lugar – Faculdade Integrada do Ceará – FIC – –201 inscritos; 51 aprovados – 25,37% 10º lugar – Universidade de Fortaleza – Unifor – – 1386 inscritos; 340 aprovados – 25,04% 11º lugar – Faculdade Paraiso – FAP = – 87 inscritos; 18 aprovados – 20,93% 12º lugar – Faculdade Rainha do Sertão – – 53 inscritos; 10 aprovados – 19,23% 13º lugar – Faculdade Nordeste – Fanor – – 60 inscritos; 8 aprovados – 13,33% 14º lugar – Faculdade Grande Fortaleza – FGF – 40 inscritos; 5 aprovados – 12,50% 15º lugar – Instituto de Ensino Superior do Ceará – IESC – – 28 inscritos; 1 aprovados – 3,70%
(DireitoCE)
Categoria(s): Blogs O POVO por Eliomar de Lima