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quinta-feira, 22 de maio de 2014

A relevância do resgate da luta contra hegemônica de Dom Helder Câmara como foco no Cineclube Gazeta/Unichristus

Alunos dos cursos de Direito e Administração com os professores Márcio e Clovis Renato
Os aspectos marcantes da vida, da obra e dos enfrentamentos em defesa dos direitos das pessoas por Dom Helder Câmara nortearam os debates que se seguiram à exibição do Cineclube Gazeta, da quarta-feira (21/maio), no Centro Universitário Christus (Unichristus), coordenado pelo Professor Márcio Acselrad, com apresentação e debates propostos por Clovis Renato Costa Farias (Advogado e Professor Orientador do EDH/Unichristus).

Cineclube Gazeta que, desde sua criação, visa unir o gosto comum pelo cinema ao debate social dos mais diversos assuntos e segmentos, de modo que permite que grupos de pessoas se reúnam para compartilhar interpretações diferentes acerca de uma mesma obra, como destacado pela Coordenação. Ocorre com a participação de alunos e professores de todos os cursos do Centro Universitário, além de público externo. A cada sessão, conforme página da instituição, professores, pesquisadores ou especialistas na temática do filme são convidados para enriquecer o debate, com encontros acontecendo todas as quartas-feiras, de 14h às 17h, no Auditório III (1º. andar), Campus Dom Luis.
Trailer do documentário

Nesta quarta, foi a vez do documentário sobre Dom Hélder Câmara, arcebispo emérito de Olinda e Recife, falecido em 1999, quando foi enfatizada a participação do sacerdote como figura central da ala progressista da Igreja Católica a partir dos anos 1950, sendo um dos idealizadores da Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB) e do Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM), bem como robusto ativista na promoção dos direitos dos mais necessitados, que lhe rendeu fortes perseguições no período da ditadura militar no Brasil.
Hélder Pessoa Câmara OFS nasceu em Fortaleza, dia 07 de fevereiro de 1909 e faleceu em Recife no dia 27 de agosto de 1999. Foi um bispo católico, arcebispo emérito de Olinda e Recife por diversos anos.
Nos termos apresentados pela obra, pregava uma Igreja simples, voltada para os pobres e a centrada na não-violência, para tanto, recebeu diversos prêmios nacionais e internacionais, bem como, conforme apresentado, foi o único brasileiro indicado quatro vezes para o Prêmio Nobel da Paz.
Dentre seus vários títulos, foi reconhecido doutor honoris causa pela Universidade de Saint Louis, Estados Unidos, o que se repetiu em outros países, tais como, Bélgica, Suíça, Alemanha, Países Baixos, Itália, Canadá e Estados Unidos, alcançando um total de trinta e dois títulos. Ademais, foi intitulado Cidadão Honorário de 28 cidades brasileiras e da cidade de São Nicolau na Suíça e Rocamadour, na França.

Recebeu o Prêmio Martin Luther King, nos Estados Unidos e o Prêmio Popular da Paz, na Noruega e diversos outros prêmios internacionais. Foi indicado quatro vezes para o Prêmio Nobel da Paz. Em 1970, o então presidente da República Emílio Garrastazu Médici instruiu pessoalmente o embaixador brasileiro na Noruega para tentar impedir que este prêmio lhe fosse concedido.

Dentre as histórias que revelam o modo contra hegemônico de agir de Dom Helder, utilizando os meios hegemônicos, o personagem histórico narra pessoalmente a história ‘Irmão de sangue’, como recontado em outras fontes:
Certo dia, Dom Helder enviou um homem pobre, desempregado e maltrapilho, a um pequeno empresário amigo, pedindo que o contratasse, apresentando-o como seu irmão de sangue. Diante de sua incredulidade e estupefação, o Dom responde:– Desculpe meu amigo, mas João é verdadeiramente meu irmão…– Mas o senhor disse: irmão de sangue…– Sim, ele é verdadeiramente meu irmão de sangue. Pois Cristo deu o seu sangue por ele como por mim, por você e por todos os homens. Nós somos todos verdadeiramente irmãos de sangue, pelo sangue do Senhor…[i]
‘Dom Helder Câmara - O santo rebelde’ foi escrito e dirigido por Erika Bauer, teve como assistente de direção Cássio Pereira, elenco Pedro Domingues, narração de Murilo Grossi, com duração de 72 min e 58 seg, apresentado ao público em 2004 em Brasília.

Clovis Renato apresentou os questionamentos com base em obras de Leonardo Boff, Boaventura de Sousa Santos, Elen Wood e com nuances a respeito de críticas que devem ser feitas ao sistema capitalista, suas contradições e o papel do povo no Estado Democrático de Direito, o que deve ser mais relevado ao se observar o Novo Constitucionalismo Latino Americano, marcado pelas Constituições da Bolívia e do Equador.

Clovis Renato Costa Farias
Doutorando em Direito pela Universidade Federal do Ceará (UFC)
Bolsista da CAPES
Membro do GRUPE e da ATRACE
Advogado e Professor Universitário
Vice Presidente da Comissão de Direito Sindical da OAB/CE
Páginas:
Vida, Arte e Direito (vidaarteedireito.blogspot.com)
Periódico Atividade (vidaarteedireitonoticias.blogspot.com)
Canal Vida, Arte e Direito (www.youtube.com/user/3mestress)



[i] Fonte: http://feecidadania.blogspot.com.br/2009/09/o-santo-guerreiro.html

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