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quarta-feira, 30 de outubro de 2013

História: Curso de Letras da Universidade Federal do Ceará

Em seu início, o Curso de Letras integrava a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade Federal do Ceará, estruturada nos moldes da Faculdade Nacional de Filosofia, da Universidade do Brasil, cujo regime didático havia sido estabelecido pelo Decreto Lei N.º 9092 de 26 de março de 1946.
O primeiro currículo do Curso de Letras constante do primeiro Regimento da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras foi aprovado pelo Conselho Universitário, em 14 de julho de 1961, Resolução n.º 102, na forma do artigo 3º da Lei N.º 3866 de 25 de janeiro de 1961. Constava de um regime de quatro séries anuais para o Bacharelado e para a Licenciatura, compreendendo três áreas de estudo: Letras Neolatinas, Letras Anglo-Germânicas e Letras Clássicas.

Ao longo dos anos de existência do Curso de Letras, algumas alterações podem ser verificadas no currículo. A primeira dessas modificações, aprovada pelo parecer n.º 73/63, em 06/12/63, tratou da classificação das disciplinas em regulares e complementares.
 Com a publicação do Regimento da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, elaborado sob a coordenação do Padre Francisco Batista Luz, em 1964, outras modificações ocorrem no currículo de Letras. As emendas sugeridas a esse Regimento são aprovadas em 12/11/65 pelo Parecer n.º 943/65 do Conselho de Ensino Superior-CESU. As alterações que acontecem no currículo de Letras entram em vigor em janeiro de 1966. As disciplinas do Curso passaram, então, a ser ofertadas por semestre letivo na forma do Artigo 36. O Curso passou a ter 180 créditos para a Licenciatura e para o Bacharelado, distribuídos nos ciclos básico e profissional.
No anexo 21 ao Regimento da Universidade publicado em 1974, referente ao Curso de graduação em Letras consta o bacharelado, que, embora não ofertado, passou a ter 200 créditos, ao passo que os objetivos e estrutura do Curso não sofrem nenhuma outra modificação.
O anexo 20 ao Regimento Geral da Universidade, referente ao Curso de Letras, aprovado pelo Parecer n.º 1198 do Conselho Federal de Educação, em 09/04/76, manteve as modalidades Licenciatura e Bacharelado, o sistema de  oferta de disciplinas por créditos e reduziu para 172 o total de créditos para a Licenciatura e o Bacharelado.
A proposta vigente até o segundo semestre de 2005, aprovada na Coordenação do Curso em 26 de janeiro de 1993, no Conselho do Centro de Humanidades em 12 de março de 1993, e no CEPE em 14 de junho de 1993, entrou em vigor no 2º semestre de 1993.
O processo de discussão sobre as novas Diretrizes Curriculares dos cursos superiores iniciou-se após a publicação do Edital 4/97 do Ministério da Educação e do Desporto, em 1997. Nesse Edital, a discussão sobre as novas Diretrizes Curriculares dos cursos superiores atende ao inciso II do artigo 53 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9.394/96), de 20 de dezembro de 1996, e coaduna-se com o disposto na Lei 9.131 de 24 de novembro de 1995, que determina como atribuição da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação a deliberação sobre as diretrizes curriculares dos cursos de graduação propostas pela SESu/MEC com auxílio da comissão de especialistas. As Diretrizes Curriculares têm como objetivo servir de referência para as Instituições de Ensino Superior (IES), na organização dos seus programas de formação, permitindo uma flexibilidade na construção dos currículos plenos e privilegiando a indicação de áreas do conhecimento a serem consideradas, em vez de estabelecer disciplinas e cargas horárias definidas. As Diretrizes Curriculares devem contemplar, ainda, a denominação de diferentes formações e habilitações para cada área do conhecimento.
No âmbito da Universidade Federal do Ceará, desde o ano de 2000, a Pró-Reitoria de Graduação tem participado efetivamente da discussão nacional e promovido, internamente, diversos eventos acerca das Diretrizes Curriculares e da construção de Projetos Pedagógicos. Nesse sentido, vale ressaltar as principais ações realizadas:
·    I encontro sobre Projeto Pedagógico, realizado nos dias 26 e 27 de abril de 2001;
·    Discussão com a professora Ilma Passos, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, tendo como tema o Projeto Pedagógico, Diretrizes Curriculares e o Desenvolvimento de Habilidades e Competências nos Cursos de Graduação, em 2001;
·    Seminário sobre a Concepção Pedagógica e Filosófica das Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Graduação, em 2002;
·    Seminário Novos Rumos da Graduação, em parceria com outras  IES do Ceará, em 2002;
·    Organização, publicação e divulgação do volume 6 da Série Acadêmica, intitulado: Projeto Pedagógico do Curso - Socialização de Percursos;
·    Criação do Grupo de Trabalho das Licenciaturas com a participação de coordenadores de Curso e da equipe da Pró-Reitoria de Graduação, em 2003;
·    Instauração da comissão de Ensino para discussão e elaboração do Projeto Pedagógico, durante a I Semana de Humanidades, em 2003, e

·    Apresentação de Propostas para o Projeto Pedagógico pelo GT de Ensino, durante II Semana de Humanidades, em 2004.
Especificamente no Curso de Letras, a discussão para elaboração deste Projeto Pedagógico ocorreu inicialmente com a apresentação e discussão das Diretrizes Curriculares, seguida da redefinição dos objetivos do Curso, do perfil necessário ao licenciado em Letras e da explicitação das habilidades e competências a serem desenvolvidas durante o Curso. Em seguida, os resultados dessas discussões foram apresentados aos alunos durante a Semana de Letras em 2003.
Atendendo a uma decisão do colegiado, houve uma divisão de tarefas na Coordenação do Curso com a formação de três comissões, quais sejam: Prática como Componente Curricular, Atividades Complementares e Estágio Supervisionado. As propostas foram apresentadas durante a Semana de Humanidades, no primeiro semestre de 2005. A partir de então, houve diversas reuniões com os chefes de Departamento para a integralização curricular, descrita na seção de número quatro deste Projeto.
OBJETIVOS:

-     Formar docentes de Língua e Literatura, materna e estrangeira, para atuar na educação de nível  Fundamental II e Médio.

-     Motivar a iniciação à pesquisa em  língua e literatura, materna e estrangeira.
-     Iniciar a preparação dos discentes para o ingresso na docência universitária, a ser completada na pós-graduação.

-     Qualificar profissionais interessados em língua e literatura.

-     Qualificar discentes para contribuir em outras áreas do conhecimento, no debate interdisciplinar, prestando assessorias nos setores políticos, culturais, em órgãos governamentais, organizações não governamentais etc.

PERFIL DO EGRESSO
De um modo geral, pretendemos formar indivíduos preocupados com o bem comum e capazes de exercer plenamente sua cidadania. Indivíduos que, uma vez licenciados, possam atuar no magistério de forma crítica e reflexiva, fazendo uso da  língua e da literatura, materna e/ou estrangeira, de forma a auxiliar a  população atingida por seu trabalho a desenvolver: a) uma competência lingüística de excelência (referente aos processos de recepção: escuta e leitura e de produção: oralidade e escrita, de diferentes discursos); b) um  aguçado senso ético e estético e c) um profundo conhecimento e respeito às diferentes variedades lingüísticas e às distintas manifestações literárias.
De modo mais específico, a graduação em Letras visa a desenvolver, no aluno, as seguintes características:
·    capacidade de analisar, descrever e explicar a estrutura e funcionamento de línguas específicas, em particular da língua portuguesa utilizada no Brasil, em seus aspectos fonológicos, morfossintáticos, semânticos e discursivo-pragmáticos;
·    capacidade de relacionar questões de uso da língua a conceitos teóricos relevantes e de conduzir investigações sobre a língua e a linguagem e suas manifestações na sociedade;
·    domínio ativo e crítico de um repertório representativo das literaturas associadas às línguas estudadas, bem como das condições sob as quais a língua se torna literária;
·    conhecimento de diferentes variedades de língua existentes, dos fatores que condicionam tais variedades e das implicações sociais decorrentes dos diferentes usos;
·    respeito às diferentes variedades lingüísticas e reconhecimento das implicações sociais decorrentes do uso da norma padrão e das demais variedades em diferentes manifestações discursivas;
·    domínio de conceitos que possibilitem compreender  e explicar a linguagem como uma faculdade inata e ao mesmo tempo um  fenômeno cognitivo, sócio-histórico e cultural;
·    domínio de conceitos que permitam  a produção de textos em diferentes gêneros e registros lingüísticos;
·    atitude investigativa que favoreça a construção contínua do conhecimento na área e sua aplicação na área das novas tecnologias.
·    conhecimento das diferentes línguas e literaturas nas suas manifestações orais e escrita, assim como das teorias e dos métodos que fundamentam as investigações sobre a linguagem e a arte literária e facilitam a solução dos problemas nas diferentes áreas de saber;
·    capacidade de formular e trabalhar problemas científicos;
·    análise e interpretação de obras literárias baseadas no domínio ativo de um repertório representativo de literatura;
·    conhecimento das relações de intertextualidade e reconhecimento das condições sob as quais a expressão lingüística se torna literatura;
·    análise e reflexão crítica da estrutura e do funcionamento de sistemas lingüísticos e de manifestações diversas da linguagem, com base no domínio de diferentes noções de gramática e no reconhecimento das variedades lingüísticas e dos diversos níveis e registros de linguagem;
·    capacidade de realizar uma classificação histórica, política, social e cultural de produtos e processos lingüísticos e literários, particularmente de textos de diferentes gêneros e registros lingüísticos e de suas relações com outros tipos de discurso;
·    domínio da terminologia apropriada que possibilite a discussão e a  construção do conhecimento referente à(s) língua(s) e à(s) respectivas literatura(s);
·    capacidade para atuar como mediador  em contextos interculturais;
·    capacidade  para realizar crítica lingüística e  literária;
·    convivência crítica, responsável e competente com diferentes resultados  de pesquisas lingüísticas e literárias e
·    capacidade de estabelecer relações com as disciplinas afins e suas perspectivas de investigação científica (interdisciplinaridade).
Fonte: UFC

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