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quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Assembleia Geral da ONU define Desenvolvimento Sustentável e Agenda Pós-2015 como prioridades

A Assembleia Geral da das Nações Unidas abriu oficialmente sua 68ª Sessão declarando a definição da Agenda de Desenvolvimento Pós-2015 e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) como as prioridades para o próximo ano. Na abertura do encontro, o presidente da Assembleia Geral, John Ashe, afirmou que os próximos meses serão “chave” para a definição da nova agenda de objetivos globais e ressaltou que o desafio dependerá de ação decisiva e de alto nível de cooperação e colaboração entre os Estados-membros.
Ashe declarou “A Agenda de Desenvolvimento Pós-2015: preparando o terreno” como tema da 68ª Sessão da Assembleia Geral e convocou os Estados-membros a intensificar os esforços para definir “um conjunto de objetivos de desenvolvimento sustentável” à altura dos complexos desafios em nível global. O presidente da 67ª Sessão, Vuk Jeremic, disse em seu discurso que a definição da Agenda Pós-2015 será “o projeto mais desafiador da história da diplomacia”.

O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, destacou também a importância de os países intensificarem os esforços no sentido do cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), conjunto de metas globais definidas em 2000 que expiram em 2015 e serão substituídas pelos ODS. “Intensificaremos esforços para definir uma nova agenda, incluindo um conjunto de objetivos que atenderão às expectativas das pessoas, assim como os ODM.”
Segundo Ban e Ashe, entre os temas centrais para a Agenda Pós-2015 estão a saúde, o desenvolvimento sustentável, a mudança climática e a luta contra a fome. Em julho passado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou relatório em que defende que os novos objetivos de desenvolvimento sejam orientados pelos Determinantes Sociais da Saúde, em perspectiva transversal às demais metas globais. O relatório foi tema do Informe ISAGS de agosto.
Ao longo do último ano, foram realizadas 11 consultas temáticas sob condução da ONU para a definição dos novos ODS. O relatório final sobre as consultas na área da saúde, consolidado em Botsuana em março, contém diretrizes para a inclusão do tema na Agenda Pós-2015.
No dia 24, na abertura dos debates de alto nível da Assembleia Geral, os presidentes dos Estados-membros voltaram a destacar a urgência do tema. Os mandatários falaram sobre os progressos alcançados com os ODM e discutiram a necessidade de a Agenda Pós-2015 estabelecer objetivos universais, mas sem deixar de reconhecer questões regionais.
No mesmo dia, foi realizada a primeira reunião do novo Fórum Político de Alto Nível sobre o Desenvolvimento Sustentável, que substitui a Comissão da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável. O tema da sessão foi “Construindo o Futuro que Queremos: Da Rio+20 à Agenda de Desenvolvimento Pós-2015”. Estiveram presentes o Secretário-Geral da ONU, a presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, e líderes de outros países e organismos internacionais.
Líderes da Unasul fazem duras críticas em assuntos globais
Presidentes de países da Unasul realizaram duras críticas durante os seus discursos na 68ª Sessão da Assembleia Geral da ONU em diversos temas da agenda global. Foram abordados desde a espionagem global realizada pelos EUA até o incentivo ao consumo nas sociedades capitalistas, passando ainda por questionamentos a práticas imperialistas de potências e ao déficit de democracia no funcionamento dos órgãos internacionais, como a própria ONU.
A presidenta brasileira, Dilma Rousseff, que abriu os debates de alto nível da Assembleia Geral, afirmou que as práticas de espionagem global dos EUA recentemente reveladas, que tiveram o Brasil entre seus principais alvos, “são um desrespeito ao direito internacional e uma afronta aos princípios das relações entre os países, principalmente se são amigos”. Recentemente, Dilma cancelou uma visita de Estado a Washington em resposta à espionagem americana.
O presidente do Uruguai, José Mujica, criticou o consumismo nas sociedades modernas. “Parece que nascemos somente para consumir e consumir. Se a humanidade quisesse viver como um americano médio, seriam necessários três planetas”, afirmou. “O deus mercado organiza a economia, a vida e financia a aparência de felicidade”, disse Mujica, que denunciou também o embargo americano a Cuba e as práticas imperialistas nas ilhas Malvinas.
A argentina Cristina Kirchner, por sua vez, questionou as práticas dos “fundos abutres”, que processam o Estado argentino contra a reestruturação da sua dívida. “Somos vítimas em série dos lobistas e dos fundos abutres”, afirmou. Já o presidente do Chile, Sebastián Piñera, cobrou a reforma do Conselho de Segurança da ONU. “Se queremos democracia em nossos países, não vejo razão para não aplicar esses princípios nas decisões que afetam o mundo inteiro.”
Fonte: http://www.isags-unasursalud.org/

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