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sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Programa Trabalho, Justiça e Cidadania é lançado oficialmente em Vila Velha (Espírito Santo)

 Em vez de advogados e operadores do Direito, foram crianças e adolescentes que ocuparam as cadeiras do plenário do Tribunal Regional do Trabalho do Espírito Santo (TRT-ES), no final da tarde desta segunda-feira (28/8). Eram alunos do 8º e 9º anos da Escola Municipal Saturnino Rangel Mauro que vieram não para assistir a uma sessão do Pleno, mas para acompanhar o lançamento oficial do programa Trabalho, Justiça e Cidadania 2012 (TJC) no município de Vila Velha.
Além dos estudantes, compareceram à solenidade professores e educadores, autoridades estaduais e municipais, representantes do Ministério Público do Trabalho (MPT-ES), parceiro do projeto, e da empresa ArcelorMittal, que dá apoio institucional, e a coordenadora da Comissão Nacional do TJC, juíza aposentada do TRT-RJ, Eliete Telles.
Criado pela Anamatra, o programa Trabalho, Justiça e Cidadania é realizado no Estado do Espírito Santo pelo TRT-ES e pela Amatra 17, em parceria com as prefeituras municipais. Este ano, o projeto já foi implantado em Vitória e, desde 20 de julho, vem sendo desenvolvido na Escola Saturnino Rangel Mauro, no bairro Vila Batista, em Vila Velha. A equipe do TJC é composta pelos juízes Silvana do Egito Balbi, supervisora; Suzane Schulz Ribeiro; Cássio Ariel Moro; Welington do Nascimento Andrade, presidente da Amatra 17, e pela desembargadora aposentada Maria Francisca dos Santos Lacerda.
Música e Poesia
A cerimônia começou afinada: os alunos de musicalização da Escola Saturnino Rangel Mauro trouxeram seus violões e tocaram Que País é Esse, do Legião Urbana, regidos pelo professor Oscar Henrique Cordeiro.
Quem também marcou presença e encantou a plateia foi o Coral do TRT-ES que apresentou três músicas, nacionais e internacionais, sob a regência do maestro Sanny Souza e acompanhado pela pianista Laís Sílvia Macedo.
No encerramento da cerimônia, uma homenagem aos alunos, em forma de poesia. A servidora Dalizete Nascimento Dantas, da 8ª VT de Vitória, declamou o poema Livro de Histórias, de autoria da desembargadora aposentada do TRT-ES, Maria Francisca dos Santos Lacerda. Os estudantes aplaudiram de pé.
Judiciário e Educação
Nos discursos, autoridades e magistrados destacaram a importância da parceria entre Judiciário e Sociedade na busca por um mundo melhor. O primeiro a falar foi o diretor da Escola Saturnino Rangel Mauro, Sérgio Pinto Rodrigues. Ele lembrou que os alunos têm uma importante missão: serão multiplicadores das noções de Direito e Cidadania difundidas pelo projeto.
A secretária de Educação de Vila Velha, Wanessa Zavarese Sechim, afirmou que o Trabalho, Justiça e Cidadania vai garantir a melhoria do processo de aprendizado dos alunos, ressaltando que a escola situa-se numa região com vulnerabilidade social.
A procuradora chefe do MPT-ES, Ana Lúcia Coelho de Lima, citou o educador Paulo Freire: “Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”. De acordo com a procuradora, o projeto TJC contribui para a inclusão social, a valorização da cidadania e a efetivação dos direitos fundamentais, aproximando o Judiciário da sociedade civil.
Para a coordenadora da Comissão Nacional do TJC, juíza Eliete Telles, a aproximação entre magistrados e educadores é fundamental.“Justiça e Educação são os dois pilares da Democracia e do Estado de Direito; juntas, podem fazer uma ação transformadora e construir um mundo melhor. Ao atuar em projetos sociais, como esse, o juiz participa da construção da cidadania”, disse a magistrada.
“O TJC transforma não só os alunos, mas também nós, juízes”, afirmou o presidente da Amatra 17, juiz Welington do Nascimento Andrade.
Em seu discurso, a presidente do TRT-ES, desembargadora Claudia Cardoso de Souza, destacou o papel dos educadores, "peças fundamentais nessa engrenagem". Os professores, lembrou a presidente, serão os responsáveis pela transmissão aos alunos dos conhecimentos adquiridos durante o curso de formação oferecido pelo TJC. “Parabenizo-os pelo brilhante papel que exercem na vida de cada um dos seus alunos e pelo poder que possuem não apenas de transferir-lhes ensinamentos, através de exemplos e ações, mas pela dádiva de poder, também, aprender com eles”, disse a desembargadora Claudia Cardoso de Souza, encerrando seu pronunciamento com uma frase de Guimarães Rosa: “Mestre não é só quem ensina; mas quem, de repente, aprende”.
Fotos: Diego Coutinho

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