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quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Portugal: Comissão de inquérito à aquisição de equipamento militar ouviu ontem gestores da ESCOM

O presidente do conselho de administração da ESCOM, Hélder Bataglia, disse ontem no Parlamento que o trabalho da empresa na assessoria ao contrato de contrapartidas na compra dos submarinos foi "profundo" e "profissional".
"Na génese, acho que o nosso trabalho foi profundo, profissional, e se fosse totalmente aproveitado teria servido talvez um pouco melhor os interesses a que se propunha", declarou Bataglia na comissão de inquérito parlamentar à aquisição de equipamento militar.
A ESCOM, cuja actividade se centra em Angola, sobretudo no imobiliário e na exploração de diamantes, entre outros ramos, foi consultora do German Submarine Consorcium (GSC), ao qual o Estado português adjudicou, em 2004, o concurso para dois navios submergíveis, cujo primeiro viria a ser entregue em 2010, com custos superiores a 800 milhões de euros, mas com contrapartidas previstas, pelo menos, de 100%.

O reinício dos trabalho da comissão parlamentar de inquérito aos Programas de Aquisição de Equipamentos Militares (EH-101, P-3 Orion, C-295, torpedos, F-16, submarinos, Pandur II) na última semana de Agosto foi proposto pela maioria PSD/CDS-PP, o que mereceu críticas do BE e do PCP, que acusaram sociais-democratas e democratas-cristãos de "instrumentalização" e "vontade de acelerar". O PS absteve-se na votação da proposta da maioria.
O administrador da ESCOM, Luís Horta e Costa, também ouvido ontem considerou que as contrapartidas não eram "um embuste" e assegurou que a sua empresa nunca trabalhou para o Estado.
"Não acho que as contrapartidas sejam um embuste", afirmou Luís Horta e Costa, na comissão de inquérito parlamentar, reconhecendo, contudo, que o processo de contrapartidas "foi mal organizado" e que havia uma "certa desorientação".
Na comissão parlamentar, Luís Horta e Costa recuou até meados dos anos 90, quando a ESCOM, empresa que na altura pertencia ao Grupo Espírito Santo, contratou o seu irmão Miguel Horta e Costa como consultor dedicado ao estudo das necessidades da economia nacional.
Ainda antes da interrupção para férias da comissão foi aprovada a prorrogação dos trabalhos da comissão por 15 dias, ficando o prazo com a data indicativa de 20 de Setembro, para acautelar o tempo necessário para a conclusão dos testemunhos necessários e posterior elaboração do relatório por parte da relatora, a social-democrata Mónica Ferro.

Fonte: http://economico.sapo.pt/noticias/escom-diz-que-contrapartidas-nos-submarinos-foi-trabalho-profundo_200259.html

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