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terça-feira, 1 de outubro de 2013

Estatuto do Idoso: 10 anos de tentativas de efetivaçãoÉ preciso uma mudança cultural capaz de reduzir o grau de preconceito contra os idosos

Hoje, o Estatuto do Idoso completa dez anos de vigência. Há um consenso de que se tratou de uma conquista social importante e um fator civilizatório e de humanização para a sociedade brasileira. Contudo, está longe de ter alcançado os objetivos propostos, bem como o reconhecimento pleno da comunidade nacional, como um todo.
Uma transformação demográfica está em curso no Brasil. Sua população rapidamente está deixando de ser predominantemente jovem e envelhecendo rapidamente. Isso se deve à queda da taxa de fecundidade (em 25 anos a média de filhos caiu de 4 para 2). De outro, a expectativa de vida passou de 62,6 anos, em 1980, para 74 anos, em 2013.

O desafio para o Estado é a criação de políticas públicas capazes de atender a essa nova realidade. Quanto à sociedade, é preciso uma mudança cultural capaz de reduzir o grau de preconceito contra os idosos e a falta de percepção dos aspectos positivos da velhice, no que tange à contribuição que os mais velhos podem dar (com sua sabedoria e experiência acumuladas) para o encurtamento das tentativas de erros/acertos, evitando-se a repetição de equívocos passados e o desperdício de tempo em tentativas de “reinventar a roda”.
Antes de tudo, é preciso concretizar os direitos reconhecidos pelo Estatuto do Idoso e proteger a dignidade dos que estão sob sua cobertura, levando em conta a fragilidade física e o seu ritmo de atuação que, apesar de mais lento, não os impedem de continuar a dar sua contribuição, em diversos ramos de atividade, à construção de uma sociedade próspera e mais equilibrada socialmente.
A exigência mais imediata é o oferecimento de condições de assistência – sobretudo aos idosos mais pobres – para terem atendimento médico adequado, rendimento mínimo para seu sustento, transporte e lazer. Sobretudo, proteção contra a violência – desde a física, à exploração e o desrespeito a seus direitos (como o de atendimento prioritário nos serviços).
Isso inclui a necessidade de monitoramento individual por uma rede de agentes sociais para checar como estão sendo tratados por seus familiares ou por instituições encarregadas de abrigá-los. Esse tem que ser um atendimento individual, sistemático e universalizado. Só com isso será possível diminuir as agressões de que são vítimas os idosos.

Fonte: O Povo

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